Open Mouth Operations: a chance única de Campos Neto
O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto poderá levar em seu vasto currículo um título sonhado por toda classe econômica: a chance de trazer a Selic para o patamar mais baixo da história.
Mais do que isso, segunda oportunidade de promover desenvolvimento econômico real via aumento da confiança pelos investidores institucionais, caso a autonomia da autarquia seja transformada em Lei e tramite no Congresso.
Carteira Money Times: O Consenso do Mercado na sua Mão
Com a Selic baixa, autonomia do Banco Central e aumento da credibilidade, confirmada pelo ágio médio de 986% no leilão dos aeroportos (quase o triplo em relação aos 347% auferidos em 2012 no leilão de Brasília, Guarulhos e Viracopos), o Brasil realmente “voltou ao jogo”.
Vale destacar o conceito de “Winner’s Curse” (Maldição do Ganhador) dentro de leilões: o vencedor de qualquer leilão existente sempre pagará “valor” superior ao estimado pelos participantes (“mercado”), ou seja, o ativo todas as vezes é “superestimado”. A benção é medida pelo ágio médio, refletindo atualmente o otimismo dos investidores estrangeiros perante os prognósticos da economia, além da óbvia melhora institucional.
Selic a 5% como natural?
Artigo recente de Paulo Gala veiculado no Money Times levanta a discussão sobre o juro natural da economia brasileira, sendo 5% a meta na qual a inflação torna-se benigna, como na Zona do Euro atualmente e o perseguido pelo Japão.
Dentro deste contexto ótimo, cria-se condição insuperável para transforma realmente o país, via IED e geração de empregos e renda – os dois maiores desafios do governo Bolsonaro.
Garanta um método eficaz para gerar renda adicional periodicamente…
Com a inflação sob controle, pela excelente atuação de Ilan Goldfajn defronte à instituição, Campos Neto pode utilizar um excelente instrumento monetário: a comunicação.
O fenômeno é conhecido como “Open Mouth Operations”, utilizado atualmente por Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, pela instauração de entrevistas coletivas após a decisão sobre a política monetária da autarquia, e é determinante para criação de expectativas.