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Open banking vai derrubar a última barreira que impede competição bancária, diz BC

11 out 2019, 14:30 - atualizado em 11 out 2019, 14:32
Segundo Roberto Campos Neto, o cadastro positivo é a forma de derrubar o último grande pilar dos grandes bancos (Imagem: Arquivo/ Agência Brasil)

Por Investing.com 

A abertura do mercado de dados com o open banking e o cadastro positivo é a forma de derrubar o último grande pilar dos grandes bancos que servia como barreira de entrada para novos competidores.

A declaração é do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participou de debate sobre democratização do sistema financeiro no Fórum de Investimentos Brasil, evento organizado pelo governo federal.

“O monopólio de dados é uma grande barreira de entrada”, disse. “O primeiro arcabouço do projeto de open banking está pronto e deve ser divulgado em breve”, completou.

Em debate com a presença do CEO do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari Junior, e o fundador do Nubank, David Vélez, Campos Neto detalhou o fim das cinco barreiras que impedem a entrada de novos competidores.

Além do monopólio de dados, o presidente do BC listou a abertura de plataformas para produtos de terceiros, facilidades no sistema de pagamentos, fim da grande vantagem de ter agências e o crescimento do mercado de crédito.

A promessa do BC é entregar criar regras para que as instituições financeiras possam trocar dados, sem que os bancos que hoje guardam as informações possam criar barreiras artificiais para impedir a troca.

Lazari defendeu o open banking, mas citou a necessidade de que tarifas sejam cobradas no acesso aos dados para financiar investimentos em infraestrutura das redews. Essa posição foi criticada Sérgio Furio, presidente da Creditas. Furio vê que as tarifas serão repassadas ao consumidor final, atrapalhando o sistema.

“Os dados são dos clientes e não acreditamos que as tarifas sejam um bom jeito de caminhar para frente”, disse Furio.

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Fintechs diminuem rentabilidade dos bancos

Lazari confirmou que vê impacto da entrada de novos competidores no mercado bancário, mas não acredita que isso seja negativo.

“Vai diminuir a rentabilidade, mas não vai destruir os bancos”, disse o CEO, que defendeu que o Bradesco está bem posicionado neste mundo, com investimento em fintechs e com seu banco digital Next.

Lazari citou o Nubank como benchmark para qualidade na prestação de serviço e disse que o Next deve buscar nível parecido.

Vélez contou durante o Fórum que o Nubank superou a marca de 15 milhões de clientes. Desses, 10 milhões são de cartão de crédito.