Onyx segue no governo enquanto Maia minimiza eventual baixa na Casa Civil
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta sexta-feira que pretende permanecer no governo, apesar do enfraquecimento do ministério com a perda da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e da demissão de auxiliares.
“Claro que não”, disse Onyx a repórteres ao ser perguntado por jornalistas se deixaria o governo, após antecipar o retorno a Brasília de período de férias no exterior. “A minha missão, junto com o presidente Bolsonaro, é servir o país. Mas claro que toda e qualquer decisão dentro do governo é liderada por ele.”
Onyx disse ter certeza que “o entendimento vai prevalecer” em uma conversa que terá com o presidente Jair Bolsonaro sobre a situação da Casa Civil, mas reconheceu que “aconteceram algumas coisas” durante suas férias e disse que fará esclarecimentos ao presidente.
“Nossa relação é de muita amizade, nossa relação é de muita confiança entre um no outro, nós somos amigos há mais de 20 anos”, afirmou.
Bolsonaro anunciou na quinta-feira, no Twitter, a retirada do PPI da Casa Civil, numa medida que dará ainda mais poder ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao mesmo tempo em que enfraqueceu Onyx.
– Informo que em Diário Oficial será publicado:
– Tornar sem efeito a admissão do servidor Santini;
– Exonerar o interino da Casa Civil; e
– Passar a PPI da Casa Civil para o Ministério da Economia.— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 30, 2020
Além da perda da PPI, a Casa Civil foi abalada por polêmica envolvendo o ex-secretário-executivo Vicente Santini, que foi exonerado na terça e recontratado em outro cargo na quarta, e depois demitido novamente na quinta.
No Rio de Janeiro, onde participou de encontro com empresários, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a relação do governo com o Congresso não seria afetada em caso de uma eventual saída de Onyx.
Segundo Maia, apesar do respeito e da admiração que tem pelo ministro, que também é do Democratas, a composição do ministério é uma decisão do presidente da República, e cabe a Bolsonaro decidir sobre sua permanência.
“Não vamos pautar a agenda da Casa porque o governo exonera ou nomeia algum funcionário”, disse Maia a jornalistas após o evento na Fundação Getulio Vargas.
Maia disse que o DEM tem “tem um respeito enorme pelo Onyx, confiança no trabalho dele”, mas ressaltou que sua eventual saída do governo “não vai gerar problema algum”.
“Uma coisa é apoiar o trabalho do Onyx, outra coisa é o presidente resolver não manter no poder. Se o presidente decidir mantê-lo é uma decisão ótima, mas se exonerar não tem problema nenhum”, acrescentou o presidente da Câmara.
Se Maia reservou palavras elogiosas a Onyx nesta sexta, não poupou críticas nos últimos dias ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e especialmente ao titular da pasta da Educação, Abraham Weintraub.