Política

Onyx chefiará articulação política e general Santos Cruz vai auxiliar

27 nov 2018, 19:22 - atualizado em 27 nov 2018, 19:22
(Antonio Cruz/ Agência Brasil)

O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou hoje (27), em Brasília, que a articulação política de seu governo, especialmente com o Congresso Nacional, será comandada pelo futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ele será auxiliado nessa tarefa pelo general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, anunciado ontem (26) como secretário de Governo. Segundo Bolsonaro, Onyx está montando um time de ex-parlamentares para assessorá-lo na articulação com o Parlamento, mas destacou que essa é uma responsabilidade de todos os integrantes do governo.

“O Onyx tá com rascunho final, montando ali um grupo de ex-parlamentares para agir nessa área, ou seja, o contato diretamente com o Parlamento. Tive agora há pouco uma reunião com parte da bancada evangélica, que eles torcem e vão fazer o possível para que o nosso governo tenha sucesso, ou seja, não estamos negociando com partidos, mas com bancadas e dessa forma estamos atingindo todo o Parlamento. Eu vou conversar com parlamentar também, todo mundo vai conversar, vai buscar a solução para os problemas do Brasil. […] O Onyx vai ser o comandante dessa área, e Santos Cruz também terá responsabilidade nessa área”, informou.

Questionado sobre a capacidade do general Santos Cruz em atuar na articulação política com o Legislativo, Bolsonaro elogiou a trajetória do indicado e assegurou que ele será bem-sucedido na tarefa. “É uma pessoa que vocês vão se surpreender no trato com parlamentares da parte dele”.

Bolsonaro voltou a defender o modelo de articulação com bancadas temáticas no Congresso e disse que esse é o modelo possível na atual conjuntura do país. “O modelo que vigora ainda, ministérios por votos, não deu certo. Mergulhou o Brasil numa ineficiência e mergulhou numa corrupção. Os parlamentares não querem mais isso […] e grande parte deles acha que o modelo que estamos adotando não é o que pode dar certo, é o que tem que dar certo, segundo eles”.

Formação da equipe

De acordo com o presidente eleito, o primeiro escalão de seu governo terá, no máximo, 20 pastas. O aumento em relação a previsão inicial de 15 a 17 ministérios se deu pela necessidade de redimensionar atribuições, para não sobrecarregar alguns ministros, segundo Bolsonaro. Ele também prometeu criar uma pasta única para aglutinar as políticas sociais. “Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso, mulher, igualdade racial”, informou. A indicação para o Ministério do Meio Ambiente pode ser anunciada amanhã (28), de acordo com o presidente, que disse analisar ainda dois nomes para o cargo.

Bolsonaro também confirmou que pretende contar com um porta-voz para o governo. Sobre a Secretaria de Comunicação Social (Secom), o presidente eleito disse que será “um quadradinho” vinculado diretamente à Presidência da República e admitiu que um dos cotados para o cargo é o general da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto, mas ainda indefinido.

Reajuste do STF

Perguntado sobre o reajuste salarial de 16% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e da procuradora-geral da República, medida sancionada ontem (26) pelo presidente Michel Temer, Bolsonaro disse que caberia a pergunta ao próprio presidente da República e voltou a criticar o aumento.

“O Temer que decidiu sancionar. Quem vai pagar é toda a população brasileira. A minha responsabilidade nessa área é a partir do dia 1º de janeiro do ano que vem”, disse.

O aumento foi garantido após a Suprema Corte cumprir acordo com Temer condicionando o aumento do salário à revogação do auxílio-moradia a juízes de todo o país. Aprovados no início do mês pelo Senado, os dois projetos de lei sancionados alteram o subsídio dos 11 ministros do STF e do chefe do Ministério Público Federal – de R$ 33,7 mil para R$ 39 mil.

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