Setor Elétrico

ONS corta pela metade projeção de crescimento da carga de energia em fevereiro

12 fev 2021, 19:07 - atualizado em 12 fev 2021, 19:07
Setor Elétrico, China
O aumento na demanda elétrica deve ser puxado pelo Sudeste/Centro-Oeste, com crescimento de 1,9% em base anual (Imagem: REUTERS/Jason Lee)

A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deve fechar fevereiro com alta de 0,9% na comparação anual, projetou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que reduziu praticamente pela metade a previsão da semana anterior, de avanço de 2%.

O desempenho é impactado pela manutenção da expansão da produção industrial, “ainda que em níveis inferiores aos que vinham sendo observados no ano de 2020”, disse o ONS em relatório, no qual apontou também temperaturas inferiores.

O aumento na demanda elétrica deve ser puxado pelo Sudeste/Centro-Oeste, com crescimento de 1,9% em base anual, e pelo Nordeste, com elevação de 1,7%.

No Norte, ONS vê alta de 1,1% na carga, enquanto o Sul deve ter retração, de 3,1%.

Na semana anterior, a previsão apontava para queda de apenas 0,1% no Sul e salto de 3,2% no Sudeste.

Os números, no entanto, seguem apontando tendência de recuperação apesar da pandemia de coronavírus, que chegou a fazer a demanda desabar quase 12% em abril passado, primeiro mês totalmente impactado por quarentenas decretadas por prefeituras e governos na tentativa de frear a disseminação da doença.

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Chuvas

As chuvas na área das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem seguir bem abaixo da média apesar de estarmos em pleno “período úmido” nessas regiões, apontou o ONS.

No Sudeste, que concentra os principais reservatórios, elas estão estimadas em 71% da média histórica para o mês, quase estáveis ante os 72% da semana anterior.

No Nordeste, foram vistas em 41%, de 31% antes. No Sul, houve redução para 138%, frente a 152% anteriormente.

Em meio a esse cenário, o ONS projetou acionar 5,5 gigawatts médios em geração térmica na próxima semana, pouco abaixo dos 6,8 gigawatts previstos na semana anterior.

O Brasil tem acionado mais térmicas desde meados de outubro, por determinação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), visando atender à demanda enquanto recupera o armazenamento nas hidrelétricas.