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Onde investir para surfar onda de cortes de juros nos Estados Unidos? Veja as preferências do UBS Global Wealth Management

01 set 2024, 16:31 - atualizado em 02 set 2024, 9:06

Para o UBS Global Wealth Management, os títulos indexados à inflação e à taxa de juros flutuante são os “preferidos” para o mês de setembro. O executivo-chefe de investimentos (CIO) para o Brasil da instituição, Luciano Telo, e sua equipe explicam que a alocação já espera capturar ganhos vindos dos cortes de juros nos Estados Unidos.

A interpretação de que os dados divulgados recentemente já indicariam um início de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed) foi reforçada pela mudança de tom de Jerome Powell. Agora, o presidente do banco central norte-americano está menos preocupado com a inflação e de olho no enfraquecimento do mercado de trabalho.

“Como esperado, o cenário de cortes de juros nos Estados Unidos, sem recessão econômica, é muito positivo para os ativos de risco em geral, dentro e fora dos Estados Unidos”, afirmam.

Por outro lado, a equipe do UBS mantém os títulos de juros fixos como “menos preferidos”. Ações, fundos imobiliários, ativos globais e fundos multimercado são classificados como “neutros”.

“Da perspectiva dos lucros corporativos, nossa projeção para o crescimento dos lucros dos componentes do S&P 500 permanece em torno de 11% para o ano. Na última temporada de lucros, começamos a ver indicações de empresas de que os lucros futuros podem não crescer no mesmo ritmo, o que é sempre um risco quando as avaliações das empresas já estão altas”, dizem.

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Ciclo de corte de juros nos EUA

A equipe do UBS prevê que o novo ciclo de reduções de juros nos EUA comece em 18 de setembro, na próxima reunião do Federal Open Market Committee (Fomc). É esperado ao menos um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros.

O mercado segue dividido quanto ao tamanho da redução. A maioria (67%) aposta que o banco central comece o ciclo de afrouxamento monetário com uma redução de 0,25 p.p., mas uma parcela de 33% espera um corte de 0,50 p.p., segundo a ferramenta CME FedWatch.

O banco destaca que a desaceleração da atividade econômica dos EUA já está clara, mas até agora tem sido moderada — sem sinais óbvios de que o Fed esteja atrasado em fazer cortes.

No futuro, quaisquer dados de atividade econômica, especialmente do mercado de trabalho, terão mais peso do que os dados de inflação quando se trata de determinar a direção dos preços dos ativos.

Nesta semana, inclusive, serão divulgados os relatórios de ofertas de emprego JOLTs de julho e o payroll de agosto. Os dados são importantes para orientar o tamanho do corte de juros do Fed na reunião de setembro.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.