Onde investir com a Selic a 3,75%?
Com a pandemia do coronavírus, o Copom (Comitê de Políticas Monetárias), decidiu cortar a taxa básica de juros para 3,75%. É o menor patamar da SELIC na história! A dúvida que paira sobre os investidores nesse momento é: onde investir com a SELIC baixa, será que ainda vale a pena? Mas fica tranquilo, no texto de hoje, eu te conto!
Se você ainda não entrou no mundo dos investimentos e está procurando informações sobre onde começar, vou separar por tópicos tudo que iremos tratar aqui no texto. Assim, fica mais fácil para você encontrar o assunto que está procurando.
1. O que é SELIC?
2. Por que a SELIC influencia no rendimento dos investimentos de renda fixa?
3. Onde investir com a SELIC a 3,75%?
> Tesouro SELIC
> ETFs
> Ações
> Fundos de investimento
Antes de qualquer coisa, você pode começar assistindo a uma LIVE que fizemos no canal do YUBB, sobre a queda da SELIC e os circuit breakers:
1. O que é SELIC?
SELIC, é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Traduzindo: é a taxa básica de juros da economia brasileira. Essa taxa serve para que o governo tenha um controle dos títulos que estão sendo emitidos, comprados ou vendidos.
Além de ser importante para definir os juros dos empréstimos, também é usada para controlar a inflação do país. Por isso, essa taxa está constantemente presente na vida dos brasileiros.
2. Por que a SELIC influencia no rendimento dos investimentos?
A SELIC tem total relação com a rentabilidade dos seus investimentos. Você já deve ter ouvido alguém falar que, quando a SELIC estava alta, era fácil ganhar dinheiro, né?
Toda vez que você faz um empréstimo, independente da instituição financeira, existe um juro que você paga pela quantia emprestada e pelo tempo que levará para devolver aquele dinheiro.
Ao investir em um título de renda fixa, funciona da mesma forma – mas ao contrário. Você está emprestando dinheiro para o governo, ou para a instituição que emitiu o título e, quando ele te devolver, será com juros.
E esses juros seguem a taxa SELIC. Por isso, ela influencia diretamente nos seus investimentos, porque a rentabilidade da aplicação está atrelada a taxa básica de juros.
Tem uma questão importante que também envolve essa taxa, o CDI!
O Certificado de Depósito Bancário (CDI) é uma taxa que usa a SELIC como referência. Ele é usado em empréstimos de bancos para bancos, e define os juros da maioria dos investimentos em renda fixa privada.
Resumindo: em renda fixa, principalmente nos títulos pós-fixados, a rentabilidade dos seus investimentos está totalmente ligada à SELIC.
Se um título rende 110% do CDI, por exemplo, isso significa que ele rende 10% a mais que o CDI – que é um valor muito próximo à SELIC. Se a SELIC está baixa, ele vai render menos.
O Tesouro SELIC é um bom exemplo também (vamos falar mais dele lá embaixo!). Ele rende exatamente o valor da SELIC e é o investimento mais seguro do Brasil.
Quando a SELIC estava 14%, você tinha um investimento muito seguro que rendia 14% sem precisar fazer nada. Agora que a taxa está baixa, seu investimento no Tesouro Direto rende bem menos.
Agora que você já sabe a importância da SELIC, vamos ao que interessa:
3. Onde investir com a SELIC baixa?
A taxa básica de juros está no seu menor patamar histórico. Para você ter uma ideia, em 2015, a SELIC era de 14,25%! Parece sonho, não é? Pois é, hoje é realmente um sonho.
Não existe um investimento de renda fixa que tenha rentabilidade de 18% ao ano, mas acredite, uma vez existia. Dá uma olhada na tabela da taxa SELIC nos últimos 10 anos:
Uma grande dúvida dos investidores nesse momento é: onde investir com a SELIC baixa? Ainda mais com essa crise do coronavírus que fez a bolsa brasileira despencar mais de 40%.
Por mais que 3,75% seja uma taxa pequena comparada aos valores de anos anteriores, em relação às taxas de juros das principais economias mundiais, a nossa ainda faz os investimentos em renda fixa valerem a pena. Olha só a tabela:
A questão é que nos acostumamos mal, com valores gigantescos e já “não aceitamos” mais que um investimento renda só 3,75% ao ano.
Infelizmente (ou felizmente), a realidade é essa e precisamos nos adaptar à ela.
Os investimentos em renda fixa sempre serão a melhor opção para sua reserva de emergência, por serem investimentos seguros. Tanto pela garantia de recebimento, quanto pelo investidor saber que não estará perdendo dinheiro.
Então, vamos parar de enrolação e falar sobre alguns investimentos que ainda valem a pena, mesmo com a SELIC baixa, olha só:
> Tesouro SELIC
Acabei de falar que a SELIC está no seu menor patamar histórico e que o Tesouro SELIC rende exatamente o valor da taxa básica de juros. Você não deve estar entendendo porque essa opção está aqui, né?
É simples: reserva de emergência.
A reserva de emergência é o primeiro objetivo de todo investidor que está iniciando no mundo dos investimentos. Isso porque não adianta querer começar a investir se não tem um pé de meia, não é mesmo?
Para fazer a reserva de emergência, é necessário escolher uma aplicação sem data mínima de retirada e que não seja arriscada, como os investimentos em renda variável.
Por isso, o mais indicado é optar pelo Tesouro SELIC, por ter liquidez diária e permitir que o investidor retire a qualquer momento, afinal esse dinheiro tem como objetivo cobrir uma emergência.
Lembrando que, para fazer essa reserva, você deve considerar um custo de vida de no mínimo 6 meses. Então, se por mês você gasta R$ 2 mil, seu objetivo será juntar R$ 12 mil.
E você pode deixar esse dinheiro rendendo no Tesouro SELIC, que assim como o nome indica, está atrelado a taxa básica de juros.
Outra opção legal para a reserva é o CDB com liquidez diária, que você pode encontrar através do buscador do Yubb.
> ETF
ETF significa Exchange Traded Fund, que é basicamente um fundo que replica um índice. É uma excelente escolha para diversificação de carteira, isso porque o objetivo desse investimento é aplicar em ações na mesma proporção que o índice que ele replica, procurando ter a mesma rentabilidade ou maior.
Por que ele é uma opção com a SELIC baixa?
Porque o investidor possui uma variedade de opções, não precisa necessariamente investir em um ETF que replique o Ibovespa, por exemplo. Pode optar por um que replique um índice internacional, como é o caso do IVVB11.
Mesmo com a crise causada pelo coronavírus, esse tipo de investimento ainda traz boas rentabilidade para seus investidores.
Vale a pena considerar, mas lembre-se sempre: pesquise muito sobre o investimento que você irá fazer. Renda variável não é sinônimo de dinheiro certo, ok?
> Ações
Se você está espantado por ver essa opção aqui, mesmo com o resultado da bolsa nas últimas semanas, não fique. Ações sempre serão uma opção.
O momento agora é delicado, mas também pode ser uma oportunidade para os investidores que ainda não entraram no mercado de ações e querem aprender.
Existe uma variedade de material na internet sobre como investir em ações, inclusive, o YUBB tem um curso que te ensina os primeiros passos.
Mas como ações ainda podem ser uma boa alternativa?
Quando estudamos o histórico de crises mundiais, podemos perceber que, em algum momento, o mercado se recupera. Pode demorar mais de 2 anos, como em 1997 com a crise asiática, ou 3 meses, como o caso do Joesley Day.
O fato é: empresas que possuem gestão de crise e sabem utilizar da forma certa seus recursos, conseguem se manter firmes durante momentos críticos e depois alavancam quando o mercado volta ao normal.
Por isso, se optar por investir em ações nesse momento, selecione empresas que possuem bons fundamentos.
Além disso, analise como foi o posicionamento dessas companhias durante esses últimos meses em que o mercado passou por períodos turbulentos.
Também é legal lembrar que investir em ações no longo prazo, trazem o que os holders adoram: dividendos.
Por último, mas não menos importante:
> Fundos de investimento
Os fundos de investimentos funcionam da seguinte forma:
Um gestor fica responsável por gerir o fundo x. Esse fundo possui um número de cotas e os investidores compram as cotas desse fundo, tornando-se sócios.
O dinheiro que o investidor aplica, é usado pelo gestor para escolher os investimentos que farão parte desse fundo.
Com a SELIC em sua mínima histórica, os fundos continuam sendo boas opções para quem está buscando rentabilidade. Afinal, são geridos por profissionais preparados e que estão há anos no mercado.
Claro que, assim como em qualquer aplicação de renda variável, investir em fundos de investimento não é garantia de rentabilidade. Mas vale a pena considerar.
Dois tipos de fundos que você pode se interessar em pesquisar mais sobre e investir:
Fundo de ações: assim como o nome indica, esse tipo de fundo tem como foco ações, mas não em sua totalidade. Existe uma regra de que pelo menos 67% das aplicações do fundo devem ser em ações.
Assim como em qualquer fundo, o foco é rentabilidade. Por isso, os gestores irão avaliar os fundamentos da empresas e escolher aquelas que acreditam trazerem os melhores resultados para o investidor.
Fundo imobiliário: são fundos que investem em imóveis, e estão fazendo cada vez mais sucesso no mercado, chegando a serem considerados por especialistas como uma opção mais lucrativa que ações.
Existem FIIs que investem nas mais variados propriedades, desde lajes corporativas até hospitais e universidades. Os FIIs são negociados na bolsa de valores, assim como as ações, e possuem uma alta volatilidade.