CDB

Onde encontrar investimentos que rendem mais que a poupança

27 dez 2017, 10:55 - atualizado em 27 set 2019, 13:51

Francis Wagner é CEO e fundador do Aplicativo Renda Fixa

Com as constantes quedas da taxa básica de juros da economia – a Selic – quem procura um substituto para a caderneta de poupança acaba ficando com um pé atrás com outros tipos de investimentos de renda fixa, como o Tesouro Selic ou um CDB indexado a taxa DI com liquidez diária. Neste artigo vamos falar as características de cada um desses investimentos para que você consiga se decidir, além de apresentar uma ferramenta gratuita que vai te ajudar a se organizar melhor e tomar decisões de investimentos mais assertivas. Boa leitura!

Caderneta de poupança

A caderneta de poupança é o investimento mais conhecido e utilizado do Brasil. A facilidade de aplicação e resgate, o baixo risco oferecido e a isenção do pagamento do imposto de renda foram os principais responsáveis por toda essa fama. Assim como inúmeros investimentos de renda fixa (www.apprendafixa.com.br), a poupança também está assegurada pelo Fundo Garantidor de Créditos – O FGC – até o limite de R$ 250.000 por CPF e por emissor, já considerando os juros da aplicação.

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Como nem tudo são flores, a alta liquidez atrelada ao baixo risco traz à tona o fator determinante de toda discussão: a rentabilidade. Para investimentos realizados a partir de 4 de maio de 2012, a poupança remunera 70% da meta da taxa Selic enquanto ela for igual ou inferior a 8,5% ao ano, além da Taxa Referencial. Caso a meta da taxa Selic esteja acima de 8,5% ao ano – que é o caso atual – a remuneração será de 6,17% ao ano ou 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial.

Lembrando que se uma aplicação foi feita no dia 5, o rendimento se dará no dia 5 do próximo mês. Essa data é conhecida como aniversário por ter sido o dia que essa aplicação nasceu, e automaticamente se torna o dia que você será remunerado. Se antes da data de aniversário houver qualquer tipo de resgate, seja ele parcial ou total, o rendimento será sobre o menor saldo de todo o período. Dessa forma, em caso de resgate total o rendimento será zero, muito diferente do que acontece nos investimentos que vamos explicar nos próximos tópicos.

Considerando a rentabilidade divulgada pelo Banco Central, vamos supor que você tenha aplicado na poupança no dia 01/07/2016, e feito resgates antes da data de aniversário em setembro/2016, dezembro/2016 e março/2017 (Cenário 1). Por conta disso, sua rentabilidade em 01/07/2017 sofreu um impacto negativo de 27% em comparação com uma aplicação em que o resgate foi realizado no dia do aniversário (Cenário 2). A rentabilidade que no Cenário 2 foi de 7,82% ao ano baixou para 5,69% ao ano no Cenário 1, ficando muito abaixo da rentabilidade de qualquer outro investimento de renda fixa, mesmo considerando os impostos. O gráfico a seguir ilustra bem tudo isso.

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um dos títulos pós-fixados disponíveis para compra no programa do Tesouro Direto, que possibilitou o acesso de pessoas físicas a títulos públicos federais, sendo toda a negociação feita pela internet.

Por ser um título pós-fixado, o investidor não sabe o valor final do investimento no momento da aplicação, uma vez que a remuneração do título é dada pela taxa Selic diária divulgada diariamente pelo Banco Central – que no dia que escrevo este artigo está em 6,9% ao ano – descontada ou somada ao ágio ou deságio que pode ocorrer na compra e/ou na venda antecipada do título. Para saber se o preço do título está com ágio ou deságio, basta verificar a taxa praticada naquele momento. Se positiva, significa que o preço praticado está menor do que valor nominal (deságio). Se negativa, significa que o preço praticado está maior do que valor nominal (ágio). Dessa forma, quem compra com deságio irá receber a taxa Selic diária somada a taxa de compra, e quem compra com ágio irá receber a taxa Selic diária descontada a taxa de compra, isso tudo se o título não for vendido antes da data de vencimento. Em caso de venda antecipada, seu título também está sujeito ao ágio e/ou deságio.

Se não ocorrer ágio ou deságio, seu título será integralmente remunerado pela taxa Selic diária. Em todos os casos, há incidência de imposto de renda sobre a rentabilidade da operação, além do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em caso de resgate antes do prazo de 30 dias de investimento.

CDB

O Certificado de Depósito Bancário, mais conhecido como CDB, surgiu como uma opção aos investimentos mais tradicionais. Os CDBs são títulos privados emitidos unicamente pelos bancos, cuja rentabilidade pode ser prefixada ou pós-fixada. Os títulos prefixados são aqueles em que a taxa de juros é conhecida no momento da aplicação, já os pós fixados são remunerados por um indexador – como a taxa DI ou IPCA – que pode ser somado a uma taxa de juros.  Esse tipo de investimento também conta com a garantia do FGC até o limite de R$ 250.000 por CPF e por emissor, já considerando os juros da aplicação.

Os títulos com maior rentabilidade (normalmente acima de 100% da taxa DI) não costumam oferecer liquidez diária, uma vez que é mais vantajoso para o banco que o investidor permaneça com a aplicação até a data de vencimento. Por esse motivo que títulos com liquidez no vencimento não são vantajosos quem procura um substituto para a caderneta de poupança.

Deu para perceber que a caderneta de poupança, o Tesouro Selic e o CDB têm características distintas, e pequenos detalhes que muitas vezes não prestamos atenção impactam diretamente a remuneração do título? Nesse sentido, o principal erro de muitos investidores é a falta de organização com os seus investimentos. Há quem acompanhe sua carteira de investimentos diariamente, há também quem o faça uma vez por mês. O mais importante é não deixar de verificar como anda a remuneração dos seus títulos.

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