Oncoclínicas (ONCO3): Por que ação dispara 22% apesar do rebaixamento pelo JP Morgan
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O JP Morgan rebaixou a classificação para Oncoclínicas (ONCO3) para underweight, equivalente à venda, com perspectivas negativas para a companhia nos próximos anos.
No entanto, ONCO3 dispara mais de 22% na B3 no pregão desta terça (18). Às 17h13 (horário de Brasília), a ação subia 22,43%, a R$ 2,62. Acompanhe o tempo real.
Segundo o analista Felipe von Eye Corleta, sócio da GTF Capital, há uma aparente troca de mãos de parte relevante do capital da companhia. “Investidores, através da corretora Ativa, compraram cerca de 12,7 milhões de ações da companhia no mercado até as 14h, algo próximo de 2% do capital total da Oncoclínicas”, disse.
“Como foi um negócio aparentemente de um investidor privado, é muito difícil prever se haverá correção, dependerá de se esse investidor continuará aumentando posição ou não”, acrescentou o analista.
O que diz o JP Morgan
Ao rebaixar a Oncolínicas, a equipe de analistas liderada por Joseph Giordano disse que a empresa tem enfrentado fortes ventos contrários de seus pagadores pressionados, o que têm impulsionado contas a receber.
Para os analistas, isso, juntamente com sua alta alavancagem persistente, tende a eliminar o fluxo de caixa livre de curto prazo, em um modelo de negócios que já possui uma baixa conversão para essa linha do balanço.
“O recente aumento de capital foi um alívio para o balanço, mas a empresa continua sendo uma das mais alavancadas do setor, enquanto as perspectivas de fluxo de caixa livre permanecem fracas, dada sua alta exposição a pagadoras com balanços em dificuldades, somada aos projetos de expansão em andamento — que estão atrasados”.
Nesse contexto, o JP Morgan não vê um cenário propício para uma desalavancagem expressiva nos próximos 5 anos. Com isso, o banco rebaixou Oncoclínicas de neutro para venda, reiterando o preço-alvo de R$ 6,50 por ação para 2025
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Tratamento de câncer no Brasil
O JP Morgan ponderou que existem grandes impulsionadores para o tratamento do câncer no Brasil e disse que a Oncoclínicas está posicionada como o principal nome no lado ambulatorial, trazendo uma escala superior em infusões que a permite ser a produtora de “baixo custo” na região.
A companhia abriu o capital com planos de atender à crescente demanda por atendimento especializado no tratamento de câncer e se consolidar como a principal empresa dentro do segmento.
Contudo, para atrair pacientes para seu serviço e ecossistema, a empresa precisa firmar acordos de exclusividade com médicos, além como criar parcerias com operadoras de planos de saúde, particularmente Unimeds, que na maioria dos casos estão em dificuldades financeiras, recordam os analistas.
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