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Oncoclínicas (ONCO3) desaba 13% após queda no lucro no segundo trimestre e rebaixamento de recomendação do BTG Pactual 

14 ago 2024, 12:06 - atualizado em 14 ago 2024, 17:38
Oncoclínicas, ONCO3
As ações da Oncoclínicas tombam com queda de quase 50% no lucro líquido no segundo trimestre (Imagem: Reprodução/ YouTube da Oncoclínicas)

A reta final da temporada de balanços trouxe algumas surpresas negativas para os investidores. A Oncoclínicas (ONCO3) foi uma delas. 

A companhia de diagnósticos e tratamentos oncológicos registrou um lucro líquido de R$ 19 milhões no segundo trimestre, uma queda de 45% na comparação com o mesmo período do ano passado. 

No critério ajustado, excluindo o efeito não caixa da apuração do valor justo do plano de incentivo de longo prazo (PILP), o lucro líquido foi de R$ 29,4 milhões entre abril e junho. O valor representa um recuo de 39% em relação ao segundo trimestre de 2023, quando a companhia registrou lucro líquido de R$ 48,2 milhões. 

Com o resultado aquém do esperado, o BTG Pactual rebaixou a recomendação das ações da Oncoclínicas de compra para neutro. 

O banco também cortou o preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 13 para R$ 8,50 — o que ainda representa um potencial de valorização de 16,6% em relação ao preço de fechamento da última terça-feira (13). 

Segundo os analistas, o novo preço-alvo ainda implica em alguma valorização, mas a “falta de clareza” na geração de fluxo de caixa livre (FCF) justifica o rebaixamento da recomendação. 

Em reação, as ações da Oncoclínicas chegaram a cair mais 15% na primeira hora de negociações. Desde a abertura do pregão, os papéis da companhia lideraram a ponta negativa da B3 e fecharam em queda de 13,58%, a R$ 6,30. 



Outros números da Oncoclínicas 

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Oncoclínicas registrou alta de 13,7% no segundo trimestre na base anual, para R$ 289,9 milhões. Já a margem Ebitda ajustada ficou em 20,2%, um recuo de 80 pontos base (bps) ante o mesmo período do ano anterior.

A Oncoclínicas registrou receita líquida de R$ 1,6 bilhão, alta 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já a dívida líquida, que inclui pagamentos de fusões e aquisições (M&As), cresceu para 4,7 bilhões no segundo trimestre de 2024. A alavancagem financeira total no período foi de 2,5 vezes.

Díficil geração de fluxo de caixa, diz BTG 

Para o BTG Pactual, as principais preocupações sobre os números da companhia persistem no segundo trimestre, como a geração de fluxo de caixa, endividamento e disciplina do capital. 

 “Acreditamos que os resultados novamente não abordaram as principais preocupações do caso de investimento da empresa: a geração de fluxo de caixa elusiva, disciplina de capital frágil e incapacidade de desalavancagem”, afirmam os analistas Yan Cesquim e Samuel Alvez em relatório. 

Para os analistas, a companhia ainda precisa dar sinais de disciplina de capital para uma nova revisão — e um reflexo positivo nos papéis da companhia na bolsa brasileira. 

“O desempenho das ações ONCO3 deve ser altamente ditado pelo seu processo de desalavancagem, que depende fortemente de quanto tempo será necessário para aliviar a dinâmica do capital de giro”, diz o relatório. 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.