Oncoclínicas cai mais de 7% na B3 após Citi rebaixar recomendação das ações para neutro
As Oncoclínicas (ONCO3) voltaram a ganhar destaque na B3. Os papéis da companhia operaram entre as maiores perdas da bolsa brasileira nesta terça-feira (17).
Durante a manhã, ONCO3 registrou a cotação mínima intradia a R$ 5,35 (-11,28%). Os papéis reduziram as perdas ao longo da sessão e fecharam em baixa de 7,13%, a R$ 5,60 na B3. Acompanhe o Tempo Real.
A forte queda das ações acontece após o Citi rebaixar a recomendação de compra para neutro/alto risco.
O banco também reduziu o preço-alvo para os papéis da companhia de saúde de R$ 9,00 para R$ 7,00 – o que representa um potencial de valorização de 16% em relação ao preço de fechamento da última segunda-feira (16).
Os analistas do Citi afirmam que estiveram otimistas com a companhia há algum tempo, com uma visão positiva sobre os fundamentos sólidos de receita e oportunidades de eficiência.
Contudo, o curto prazo continua a se mostrar “mais difícil do que se pensava inicialmente”, afirmam Leandro Bastos e Renan Prata, em relatório.
Isso porque a combinação de crescimento mais fraco da receita, ventos contrários no capital de giro (WC, na sigla em inglês) e condições financeiras “apertadas” continuam a pesar no crescimento dos lucros e nas projeções de fluxo de caixa da Oncoclínicas.
Com essa perspectiva, o Citi reduziu as estimativas de lucro em 45% para 2024 e em 19% para o ano seguinte.
A revisão considera a projeção de aumento das despesas financeiras com as taxas de juros elevadas e que devem impactar no endividamento da companhia.
O fluxo de caixa também continua sendo um foco de atenção.
“Estimamos que a queima orgânica de caixa do fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) da empresa atingiu R$ 745 milhões nos últimos doze meses – aproximadamente 18% de seu valor de mercado”, escrevem os analistas.
ONCO3 está cara?
Na avaliação do Citi, as ações da Oncoclínicas estão sendo negociadas a um múltiplo de 14x a relação de preço e lucro (P/L) para o final de 2025.
O banco considera que valuation da companhia segue atraente a longo prazo, mas com baixa visibilidade nos retornos de alocação de capital.
Os analistas também citam “a nova complexidade de governança” como um risco.
No início do mês, a Oncoclínicas informou a renúncia do vice-presidente Rodrigo Medeiros ao cargo.
Na ocasião, a companhia disse que a posição de Medeiros foi extinta com a saída do executivo e todos os diretores passaram a responder ao presidente, Bruno Ferrari.