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OMS estima que reforços contra Covid-19 serão necessários anualmente para mais vulneráveis

24 jun 2021, 14:00 - atualizado em 24 jun 2021, 14:00
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O documento prevê problemas de fabricação, questões de aprovação regulatória e “transição de algumas plataformas de tecnologia (Imagem: REUTERS/Mike Segar)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que as pessoas mais vulneráveis à Covid-19, como os idosos, precisarão receber um reforço vacinal anual para se protegerem contra variantes, segundo um documento interno visto pela Reuters.

A estimativa está incluída em um relatório, que será discutido na quinta-feira em uma reunião do conselho da Gavi, uma aliança de vacinas que co-lidera o programa de vacinas contra Covid-19 da OMS, Covax.

A previsão está sujeita a alterações e também é combinada com outros dois cenários menos prováveis.

Os fabricantes de vacinas Moderna e Pfizer, com sua parceira alemã BioNTech, expressaram sua opinião de que o mundo em breve precisará de injeções de reforço para manter altos níveis de imunidade, mas as evidências sobre isso ainda não estão claras.

O documento mostra que a OMS considera reforços anuais para indivíduos de alto risco como seu cenário básico “indicativo” e reforços a cada dois anos para a população em geral.

Não diz como essas conclusões foram alcançadas, mas mostra que, no cenário básico, novas variantes continuariam a surgir e as vacinas seriam atualizadas regularmente para enfrentar essas ameaças.

A agência da ONU se recusou a comentar sobre o conteúdo do documento interno, enquanto a Gavi não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O documento, datado de 8 de junho e ainda é um “trabalho em andamento”, também prevê, sob o cenário básico, que 12 bilhões de doses da vacinas contra Covid-19 serão produzidas globalmente no próximo ano.

Isso seria um pouco mais do que a previsão de 11 bilhões de doses para este ano citada pela Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas, sinalizando que a agência da ONU não espera um aumento significativo na produção de vacinas em 2022.

O documento prevê problemas de fabricação, questões de aprovação regulatória e “transição de algumas plataformas de tecnologia” como possíveis atrasos nos suprimentos no próximo ano.

Não sinaliza quais tecnologias podem ser eliminadas, mas a União Europeia, que reservou o maior volume mundial de vacinas contra Covid-19, tem apostado fortemente em vacinas com tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), como as da Pfizer e Moderna, e abandonou algumas compras de vacinas de vetor viral da AstraZeneca e da Johnson & Johnson.

Os cenários serão usados para definir a estratégia global de vacinação da OMS e as previsões podem mudar à medida que novos dados surjam sobre o papel dos reforços e a duração da proteção da vacina, diz a Gavi em outro documento, também visto pela Reuters.

Até agora, cerca de 2,5 bilhões de doses foram administradas em todo o mundo, principalmente em países ricos, onde mais da metade da população recebeu pelo menos uma dose, enquanto em muitos países mais pobres menos de 1% foi vacinado, de acordo com as estimativas da Gavi.