Retomada do Turismo

Ômicron ameaça, mesmo, a retomada do turismo brasileiro nesta alta temporada?

30 nov 2021, 7:00 - atualizado em 01 dez 2021, 8:06
Aviação Turismo Avião
“O aumento do percentual da população brasileira vacinada eleva ainda mais a possibilidade de um crescimento do turismo”, diz Bruno Madruga (Imagem: edmont77/DepositPhotos)

Em um cenário de isolamento social devido à pandemia da covid-19, o turismo foi uma das atividade mais afetadas no Brasil em 2020.

Já neste ano, principalmente nos últimos feriados, o aumento das atividades turísticas tem mostrado que a alta temporada de 2021 não será tão afetada, quanto foi ano passado, apesar da pandemia ainda perdurar.

Segundo dados repassados pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional) ao Money Times, nos últimos meses, 76,9% das agências de viagens perceberam aumento de novos clientes solicitando ajuda na organização das viagens.

Só no feriado de 15 de novembro, o Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as Cataratas do Iguaçu, por exemplo, registrou a maior visitação de um feriado prolongado desde a reabertura, com mais de 22 mil turistas.

Para as festas de final de ano, o cenário não é diferente. Segundo a ABAV, a procura por saídas no Natal e Réveillon cresceu mais de 60% nas últimas semanas. A associação divulgou que os destinos mais requisitados pelos turistas são: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador e Florianópolis.

De acordo com o head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, Bruno Madruga, o Brasil passa por um momento de demanda reprimida no setor turístico, em virtude das restrições no último ano. “O aumento do percentual da população brasileira vacinada eleva ainda mais a possibilidade de um crescimento desse setor, até mesmo pela sazonalidade”, completa.

Mas, afinal, o turismo brasileiro está em processo de retomada?

A alta temporada vai impulsionar o turismo brasileiro?

Segundo o executivo da Monte Bravo, a retomada do setor já está acontecendo e a expectativa é que as férias de verão impulsionem ainda mais o turismo brasileiro, com destaque para o turismo doméstico.

“A perspectiva é que os próximos períodos de alta temporada retomem o fluxo antes da pandemia, pois estamos bem acelerados na recuperação desse setor. Acredito que, para 2022, esta deva ser uma retomada bastante relevante”, afirma Madruga.

O executivo e os dados da ABAV ressaltam que, para os próximos meses, quem ganhará destaque é o turismo nacional. Segundo a ABAV, o turismo dentro do Brasil está próximo dos níveis pré-pandêmicos.

O Ministro do Turismo, Gilson Machado, afirmou em coletiva à imprensa que acredita que o Brasil é a maior oportunidade de turismo pós-pandemia. “O turismo de natureza é a bola da vez, pessoas que antes iam para fora agora estão ‘redescobrindo’ o Brasil”, completa.

Já o turismo internacional não vê as mesmas perspectivas. Para Bruno Madruga, um dos motivos que pode minimizar o número de viagens para o exterior é a alta cambial.

A ABAV afirmou que o turismo internacional está sendo retomado agora, registrando cerca de 50% dos níveis pré-pandemia na última semana de novembro. Porém, esta retomada pode ser freada pela nova variante do coronavírus, a Ômicron.

A variante Ômicron irá ameaçar a retomada do turismo?

Com a rápida disseminação da nova variante da África do Sul e alguns países fechando suas fronteiras para estrangeiros, como Japão e Israel, a fim de conter o vírus, o número de brasileiros saindo do país deve diminuir e pode trazer incertezas para a retomada do turismo.

Segundo Madruga, para analisar o cenário no Brasil é necessário aguardar o pronunciamento de especialistas. Porém, o executivo ressalta que, com um maior número de vacinados, a variante “pode não ser uma interferência para o turismo doméstico no curto prazo”.

O head de renda variável da Monte Bravo ainda ressalta que o impacto do fechamento de fronteiras não deve ser tão ruim quanto em 2020. “A expectativa é que impacto seja bem mais positivo, pelo menos para o turismo interno”, completa.

É hora de se posicionar no setor de turismo?

De acordo o executivo da Monte Bravo, o investimento nas companhias de turismo varia conforme o perfil e objetivo do investidor.

“É interessante estar no setor [de turismo], mas é um segmento que exige cautela, porque tem custos em dólar e receita em reais, além de ter uma dependência muito relevante do preço do petróleo“, afirma Madruga.

O executivo ainda ressalta que, seguindo o consenso da Bloomberg, para as ações da Gol (GOLL4), a recomendação é de manter os papéis, com preço-alvo de R$ 21,32, potencial de retorno de 37%.

Já para a Azul (AZUL4), a Bloomberg afirma que 50% dos analistas que cobrem as ações indicam a compra, com preço-alvo de R$ 40,44, alta potencial de 67%.

Por fim, para a CVC (CVCB3), o consenso entre 50% dos analistas é para compra e dos outros 50% é de manter os papéis, com preço-alvo de R$25,33, potencial retorno de 65%.

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