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Entrevista: Omega revela como vai surfar onda global de investimentos verdes

01 mar 2021, 11:04 - atualizado em 03 mar 2021, 15:29
Ômega Geração OMGE3
A companhia investe na geração de energia 100% renovável (Imagem: Divulgação/Ômega Geração)

A Omega Geração (OMGE3), empresa que investe na geração de energia 100% renovável, cresceu mais de sete vezes desde que chegou à Bolsa em julho 2017, em termos de capacidade instalada. Em 2020, atingiu a marca de 1.869 MW, energia elétrica suficiente para abastecer aproximadamente 430 mil residências.

Às vésperas de divulgar o balanço do quarto trimestre do ano passado, a companhia revela que o mercado de energia limpa ainda continua mostrando muitas oportunidades.

Para a Ágora Investimentos, a ação da Omega é uma das favoritas do setor elétrico neste ano justamente pela perspectiva de crescimento via aquisições.

Diante de uma onda verde global de investimentos, o Money Times conversou com Andrea Sztajn, Diretora Financeira e de Relações com Investidores da Omega Energia, que comenta sobre a expertise da companhia em realizar aquisições.

Money Times: Considerando o crescimento observado desde o IPO em 2017, como a Omega busca manter o ritmo de expansão com um mercado mais acirrado, dadas as chegadas de outras empresas de energias renováveis à B3?

Andrea Sztajn: Realmente desde que fizemos a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), nós efetivamente expandimos 7,3 vezes em capacidade para ser mais exata. Não sei direito o plano de outras empresas do segmento, se elas estão voltadas à construção ou de fato às aquisições como a Omega.

O que posso afirmar ,dentro da nossa trajetória, é que tal crescimento ao longo destes quase quatro anos comprova a nossa expertise em realizar aquisições. Embora que no mundo dos investimentos, a perfomance passada não necessariamente garanta a futura, avalio que o time da empresa, o suporte aos investidores e o capital angariado permitam boas oportunidades e ritmo de crescimento.

ndrea Sztajn, Diretora Financeira e de Relações com Investidores da Omega Energia
O blue wave encabeçado por Joe Biden, novo presidente dos EUA, vai só fortalecer a onda verde de investimentos, avalia a Diretora Financeira e de Relações com Investidores da Omega Energia (Imagem: Divulgação/Ômega Geração)

MT:  Com troca de comando na Casa Branca, uma importante guinda na política ambiental mundial se desenha, visto que Joe Biden é conhecido defensor de fontes renováveis. Como a Omega deve aproveitar a onda global de investimentos?

Andrea Sztajn: Mesmo levando em conta o fato da gestão Trump ter sido mais contra à revolução verde, o setor se desenvolveu muito seja nos EUA, seja em qualquer lugar do mundo. E trazendo o tema ao Brasil, as fontes renováveis já são dominantes, somos um país abençoado, com recursos hídricos solares e eólicos também. Em especial, temos um potencial enorme para a energia dos ventos.

O blue wave encabeçado por Joe Biden, novo presidente dos EUA, vai fortalecer só fortalecer a onda verde de investimentos. A tendência é vermos cada vez mais preocupação, não só dos investidores, mas de toda a sociedade com a sustentabilidade. A guinda verde já era um movimento sem volta. E toda essa onda deve baratear ainda mais a tecnologia do setor elétrico renovável.

MT: A bandeira do ESG também ganhou as manchetes e entrou de vez no radar dos investidores. Qual a relação da companhia com o conceito ESG, e em quais sentidos essa relação gera valor? 

Andrea Sztajn: A grande motivação dos fundadores da Omega foi justamente o tema da transformação, não somos apenas um player de renováveis. Temos uma preocupação super genuína com os locais em temos parques instalados.

Além do lado ambiental, que não perde a sua relevância, temos uma olhar para a comunidade no entorno. Agora sai em tudo o que é jornal o que é ESG (Ambiental, Social, Governança em português), e para nós o ESG sempre esteve no DNA da Omega.

Afinal, quando você olha para os locais com maior concentração de recursos renováveis no Brasil, também são regiões com baixos níveis de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). E nós buscamos investir em renda e em educação nas comunidades vizinhas, compartilhando nosso espírito empreendedor.

MT: No ano passado, a Omega lançou uma plataforma digital que comercializa diretamente eletricidade com empresas interessadas. Há perspectivas para que o serviço também esteja disponível aos consumidores residenciais?

Andrea Sztajn: Esse é o grande pulo do gato, tanto do ponto de vista da companhia quanto dos consumidores. A Omega já se prepara para a abertura desse mercado, que já está em discussão hoje no governo brasileiro.

Ao que tudo indica, a abertura deve ocorrer em 2024, permitindo que pessoas físicas possam escolher de quem compram energia, além da fonte. É um passo muito interessante, que inclusive já acontecesse em outros países. O Brasil está um pouco atrasado.

E em termos de sustentabilidade a modalidade traz benefícios imensos para os indivíduos. Hoje, há um percentual pequeno de brasileiros que pode fazer compras no mercado livre de energia. Antes só grandes companhias podiam negociar, agora clientes menores.

Mas, de fato tal mercado ainda não chegou ao varejo, que representa uma fatia brutal. Infelizmente, a regulamentação não andou muito nestes últimos tempos, e quem teria muito a ganhar são os consumidores residenciais.

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