Finanças Pessoais

Olha o golpe: Brasil tem 2,8 mil tentativas de fraude por minuto; veja como se proteger

23 ago 2023, 15:15 - atualizado em 23 ago 2023, 15:15
golpe
Silvia Scorsato, presidente da ABBC, com logo da campanha “Tem Cara de Golpe”. (Crédito: Alex Amorim/ABBC)

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) lançou nesta terça-feira (22) uma ação para auxiliar a população no combate a fraudes relacionadas ao setor financeiro. A campanha “Tem Cara de Golpe” tem apoio do Banco Central e mais 63 instituições associadas.

No Brasil, foram contabilizadas 2,8 mil tentativas de fraudes financeiras em canais eletrônicos por minuto apenas no primeiro trimestre de 2023, segundo o cruzamento dos resultados de pesquisa da empresa de prevenção de fraudes e segurança digital CAF e dados do Banco Central.

Golpes como pedido de Pix via WhatsApp e redes sociais, ligações de falsas “centrais” de bancos para coletar dados, trocas de cartões na hora do pagamento e falso motoboy são os principais citados pelas vítimas, de acordo com a ABBC.

Durante o evento, a Resolução Conjunta nº 6, publicada em maio de 2023, foi citada como uma das medidas já adotadas pelo Banco Central e o Conselho Monetário Nacional (CMN) que prevê o compartilhamento de dados e informações sobre indícios de fraudes a serem observados pelas instituições financeiras, instituições de pagamento e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen. A decisão entra em vigor em 23 de novembro deste ano.

O delegado divisionário de Crimes Cibernéticos do DEIC/SP, Carlos Afonso Gonçalves da Silva, reafirmou a importância da Resolução para o dia a dia da divisão, uma vez que a identificação de CPF’s envolvidos em fraudes, disponibilizado pelas instituições, auxiliará no rastreio.

Cai em um golpe, e agora?

A ABBC orienta que é importante comunicar imediatamente ao banco por meio dos canais oficiais de atendimento. Além disso, é necessário bloquear os serviços financeiros e as contas que possam ser acessadas pelos criminosos.

O chefe de subunidade do Departamento de Supervisão Bancária (DESUP) do Banco Central do Brasil, Márcio Contador, destacou durante o evento de lançamento da campanha que fraude e golpe são incidentes distintos. Enquanto a fraude não necessita da participação direta do cliente para realizar a transação financeira ou seja quando há furto de celulares e o criminoso acessa as contas e faz movimentações , o golpe já conta com a participação da própria pessoa que está sendo enganada para realizar uma transação, por exemplo.

Cabe a cada instituição financeira entender o que é necessário ser feito para que seu cliente possa resolver a situação, seja em caso de fraude ou um golpe da melhor maneira possível, analisando o que pode ser feito para aperfeiçoar suas ferramentas de proteção.

O delegado também reiterou que o dever dos bancos nestes casos é de, principalmente, fazer uma pesquisa em cima dos dados coletados do fraudador e barrar novas transações financeiras, evitando que outras instituições também estejam suscetíveis aos atos criminosos. Ainda de acordo com ele, o trabalho da divisão especializada em crimes cibernéticos é fazer a devolução do dinheiro da vítima sem que instituições financeiras ou a pessoa saia prejudicada.

Como se previr de golpes financeiros

O aumento na quantidade de golpes principalmente por conta da internet, tem feito com que as pessoas modifiquem sua forma de se comportar dentro e fora de casa. “Vemos muitas pessoas falarem em excluir apps de bancos do celular ou até mesmo ter medo de andar com o aparelho na rua. Não queremos isso. O intuito é fazer com que as pessoas vejam que elas estão, sim, seguras e a campanha reforça isso dando informações e alertando a sociedade”, disse Márcio Contador, chefe de subunidade do Departamento de Supervisão Bancária (DESUP) do Banco Central do Brasil no evento.

Portanto, as ações preventivas sugerem que o indivíduo:

  • Não compartilhe dados pessoais;
  • Desconfie sempre de ligações com pedidos urgentes;
  • Nunca clicar em links suspeitos ou desconhecidos, que podem ser endereços maliciosos disfarçados, seja por e-mail, SMS ou aplicativo de mensagens instantâneas.

Para o coordenador da Comissão de Prevenção a Fraudes e do GT da ABBC, Fábio Fekete de Noronha, a conscientização da população é um dos principais recursos para que este número deixe de subir.

De acordo com Noronha, os golpes estão se tornando cada vez mais sofisticados, o que tem sido combatido pelas instituições financeiras com investimentos robustos em tecnologia e equipes de combate e monitoramento, bem como com informações didáticas e atualizadas à sociedade para aumentar sua consciência preventiva. “Os golpistas hoje estão se especializando em técnicas de engenharia social para convencer os clientes a compartilharem voluntariamente seus dados sensíveis ou realizarem transações indevidas”, afirma.

No site oficial da campanha “Tem Cara de Golpe”, estão­­ descritos os 11 tipos de fraudes mais comuns, além de serem detalhadas as principais estratégias de prevenção a golpes financeiros. O portal conta ainda com materiais educativos, como vídeos, orientações sobre como agir caso as pessoas sejam vítimas, além de perguntas e respostas com as dúvidas mais frequentes sobre o tema.

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