BusinessTimes

Oi queimou mais caixa do que devia no 2º trimestre, mas ação já está ajustada, diz analista

13 ago 2021, 19:08 - atualizado em 13 ago 2021, 22:16
Oi OIBR3
Apesar disso, a analista Flávia Meireles afirma que o desempenho fraco da ação indica que o mercado aparentemente incorporou os riscos até certo ponto (Imagem: Facebook/Oi)

A Oi (OIBR3) divulgou os resultados do segundo trimestre com valores que mostram muito trabalho a fazer. Mesmo apresentando melhora operacional, com um lucro líquido de R$ 1,139 bilhão ante o prejuízo de R$ 3,409 bilhões do ano passado, algumas linhas ficaram aquém. A principal delas: sua dívida líquida. 

Ao todo, a cifra ficou em R$ 25,7 bilhões, acima dos R$ 25,2 bilhões do trimestre anterior, uma vez que a empresa reportou queima de caixa sequencial de R$ 612 milhões, ante os R$ 724 milhões do primeiro trimestre.

“Vemos os resultados como marginalmente negativos, já que a empresa continuou a queimar caixa e a desalavancagem continua altamente dependente da conclusão e aprovação da venda de seus ativos”, aponta a Ágora Investimentos.

Apesar disso, a analista Flávia Meireles afirma que o desempenho fraco da ação indica que o mercado aparentemente incorporou os riscos até certo ponto. No último mês, o papel caiu 29% após divulgar sua projeção para os próximos anos.

Expansão em fibra ótica continua a pleno vapor

A especialista destacou, do lado positivo, o forte desempenho no segmento de fibra, com as receitas saltando 17%, com uma taxa de absorção saudável de 24% e adições líquidas de 366 mil em residências conectadas, atingindo 2,8 milhões.

Residências passadas e residências conectadas atingiram 12 milhões (alta de 1,5 milhões no comparativo trimestral) e 2,8 milhões (+366 mil no mesmo período), respectivamente.

“Em suma, acreditamos que o principal foco do mercado deve continuar a ser os resultados das vendas de ativos da Oi Móvel e a execução de seu plano estratégico no futuro”, completa.

Desconto excessivo

Na visão do BTG, as ações da Oi têm um desconto excessivo, negociadas a R$ 1,10 e R$ 1,15  por ação.

“Estamos confiantes de que a venda da operação móvel e da empresa de infraestrutura será concluída de forma satisfatória e prevemos um bom crescimento proveniente dos negócios de fibra da empresa”, conclui.

A Ágora também manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 3,40, potencial de 200%.