Oi: queima de caixa volta a acelerar e soma R$ 774 milhões em abril
Depois de um refresco em março, a queima de caixa da Oi (OIBR3) voltou a acelerar em abril e alcançou R$ 774 milhões. É o segundo pior resultado do ano, atrás apenas do R$ 1,025 bilhão registrado em fevereiro. No acumulado do ano, a operadora já torrou R$ 2,5 bilhões do caixa.
Segundo o relatório do administrador judicial do processo de recuperação da companhia, o escritório de advocacia Arnoldo Wald, o resultado de abril decorre do recebimento de R$ 1,994 bilhão e do desembolso de R$ 2,768 bilhões.
O problema é que os investimentos realizados nesse mês, R$ 660 milhões, representam a menor parcela dos gastos. As despesas operacionais consumiram a maior parte dos recursos, R$ 1,489 bilhão. Com isso, a Oi fechou abril com R$ 4,859 bilhões em caixa, um saldo 13,3% inferior ao de março.
A situação é ainda mais preocupante, quando se lembra que a companhia já recebeu uma grande injeção de capital no início do ano, decorrente da venda da operadora angolana de telefonia Unitel por US$ 1 bilhão.
Reestruturação
Os próximos grandes cheques só serão recebidos, agora, com a venda das unidades não estratégicas, conforme o plano de reestruturação apresentado ontem (16). A ideia é dividir a companhia em quatro – torres, data center, telefonia móvel e infraestrutura.
As três primeiras seriam vendidas, e a quarta se transformaria na nova Oi, com foco na prestação de serviços de infraestrutura para empresas de telecomunicações e dados.
Nesta quarta-feira, a Oi forneceu novos detalhes. A área de infraestrutura seria agrupada numa Sociedade de Propósito Específico (SPE), cujo controle seria vendido. A companhia avalia que a InfraCo, como é chamada internamente, valha, pelo menos, R$ 25 bilhões.
O novo controlador deverá assumir alguns encargos em nome das empresas do grupo que estão em recuperação judicial, bem como se comprometer com um patamar mínimo de investimentos até 2024.
Veja o relatório do administrador judicial sobre o desempenho da Oi em abril.