Oi: primeira reação do Credit Suisse ao plano é de ceticismo
O Credit Suisse foi o único que se manifestou, até agora, sobre o plano de reestruturação divulgado pela Oi (OIBR3) na noite desta segunda-feira (15). E, a bem da verdade, o fez com bastante brevidade e sem nenhuma empolgação com o que viu.
Numa curtíssima e telegráfica mensagem, enviada aos clientes na madrugada de hoje, o analista Daniel Federle considerou que o plano “parece positivo, à primeira vista”. Mas, antes que os investidores pudessem se empolgar, acrescentou uma dose de ceticismo: “se [o plano] for executado.”
Federle afirmou ainda que o valor de R$ 15 bilhões, pelo qual a Oi aceita vender sua divisão de telefonia móvel, está dentro das estimativas do Credit Suisse, mas adverte que “detalhes cruciais ainda não estão claros”.
Divisão
No detalhamento do plano de recuperação judicial, divulgado ontem, a Oi informa que dividirá suas operações em quatro – torres, data center, telefonia móvel e infraestrutura. As três primeiras serão vendidas até o fim do ano. Restará a divisão de infraestrutura, que passará a ser a o negócio principal da companhia.
Mas, mesmo ela, passará por mudanças. O plano prevê a realização de ofertas de ações no primeiro trimestre de 2021. A oferta secundária movimentará, pelo menos, R$ 6,5 bilhões. A oferta primária injetará até R$ 5 bilhões no seu caixa.
Prejuízo
A noite de segunda-feira foi movimentada na Oi. Além da divulgação do plano detalhado de venda de ativos, a operadora divulgou seus números do primeiro trimestre. E eles não foram bons. A empresa apresentou um prejuízo líquido de R$ 6,254 bilhões, uma enorme piora na comparação com o lucro de R$ 679 milhões obtido um ano antes.
O desempenho foi afetado por um resultado financeiro líquido negativo de R$ 6,476 bilhões, bastante impactado pelos efeitos da variação cambial. O mercado não gostou nem um pouco, e suas ações são punidas com uma forte queda na sessão de hoje da B3.
Veja o plano detalhado da Oi para se reestruturar.