Oi pode levantar R$ 16 bi com operação móvel e ação disparar 70%, mas isso é difícil
O Credit Suisse avaliou com certo ceticismo a entrevista do COO (Chief Operating Officer) da Oi (OIBR3) Rodrigo Abreu a imprensa na última quarta-feira (2).
“No geral, avaliamos as novidades listadas por Abreu como negativas para as ações”, listam os analistas Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba.
A recomendação atual para as ações é underperform (desempenho abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$ 0,70 – expectativa de desvalorização de 23% conforme o último fechamento.
Sem venda no curto prazo
Na avaliação do banco, o principal vetor de valorização das ações da Oi continua ser a venda da operação móvel, “como refletido no preço-alvo de R$ 1,55 em caso de concretização do desinvestimento”, assumindo o valor aproximado de R$ 16 bilhões no processo. A ação pode disparar 70% caso o cenário se confirme.
Por outro lado, o Credit Suisse acredita que a sinalização do COO é de não realização desta venda no curto prazo, sem materialidade das negociações. “[…] a companhia parece não estar proativamente procurando essa opção”, ponderam os analistas.
“Diante da tendência operacional fraca da Oi, queima de caixa significativo e valuation caro, mantemos nossa visão negativa para a ação, a medida que uma operação de M&A parece não ser realizável no curto prazo”, completa o banco.
Aumento de capital
Os analistas destacam positivamente a expectativa de melhora na estrutura financeira com o possível aumento de capital via emissão de dívidas no volume de R$ 4,5 bilhões e venda da Unitel no quarto trimestre, pelo valor aproximado de US$ 1 bilhão.
Por último, o Credit Suisse ressalta o comprometimento da companhia na aceleração do capex (plano de investimetos) de R$ 7,5 bilhões em 2019 e de R$ 7 bilhões nos anos subsequentes e a possível participação da companhia nos leilões do 5G, condicionada a venda de ativos para aumento do caixa.