Oi (OIBR3) se aproxima do fim da recuperação judicial, e ação sobe 22%; quais são os próximos passos?
O turnaround da Oi (OIBR3;OIBR4) é tido como um dos maiores casos de recuperação judicial do Brasil. O processo, que se arrasta desde 2016, passou por inúmeras reviravoltas, uma delas há algumas semanas, com o pedido na justiça da Vivo (VIVT3), Claro e Tim (TIMS3) para congelar R$ 3,18 bilhões na venda de ativos.
Porém, nesta semana, a empresa obteve importante vitória, com o Ministério Público reiterando o pedido para que a recuperação judicial da empresa seja encerrada.
O MP avaliou que foram cumpridas as obrigações nos dois primeiros anos do plano de recuperação, na contramão da manifestação dos credores Caixa, Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4).
Isso bastou para que ação disparasse 22% no acumulado da semana.
“Começamos a ver um momento um pouco mais positivo nesse fim de ano”, coloca Guilherme Ishigami, broker da mesa de renda variável da RJ Investimentos, citando a decisão do MP.
Ele lembra ainda que, por ser uma ação de centavos, qualquer variação provoca alta ou queda significativa para o papel. “Cada um centavo de variação equivale a 5%”, calcula.
Para sanar essa distorção, a empresa aprovou um programa de reagrupamento de ações que foi, inclusive, considerado agressivo por analistas.
O que falta à Oi?
Ishigami vê como um movimento próximo a saída da empresa da recuperação judicial.
“A companhia só precisa pagar os bancos depois de 2024 e se houver o caixa suficiente para quitar as dívidas. Estamos vendo a empresa na reta final da recuperação judicial”, argumenta.
Já Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos, observa que a empresa precisa resolver a pendência com Tim, Vivo e Claro. Até o momento, a justiça deu causa para o trio de operadoras.
“Ela, gerando caixa positivo à fibra ótica e conseguindo market share acima de 30% no mercado, consegue ter um alívio no caixa e sair da recuperação judicial”, argumenta.
O que significa sair da recuperação judicial?
A saída da recuperação judicial é aguardada desde o início do ano. Segundo analistas ouvidos pelo Money Times na época, o fim do processo da Oi colocaria a tele em outro patamar.
“O fato de a Oi ainda estar em recuperação judicial tem grande impacto na base de acionistas e impede que muitos fundos institucionais invistam na empresa, tanto nacionais como estrangeiros”, colocou a analista Cristiane Fensterseifer.
Everton Medeiros, especialista em renda variável, coloca que o fim da recuperação judicial “com certeza” trará investidores institucionais. “Se torna uma empresa menos volátil e aumenta a previsibilidade”, completa.
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