Oi: negócio principal balança, mas analistas defendem ação e veem alta de mais de 100%
O balanço do primeiro trimestre da Oi (OIBR3) não chamou a atenção apenas pelo prejuízo de R$ 3,5 bilhões. O que mais saltou aos olhos foi a queda de 7,4%, comparando-se com um ano antes, nas receitas das operações continuadas – aquelas que serão o coração da companhia após a reestruturação.
O maior tombo, nesse quesito, ficou com o mercado corporativo, cuja receita recuou 16%. O desempenho só não foi pior, porque a Oi estancou a queda de faturamento no segmento residencial, cuja rede de fibra óptica vem crescendo rapidamente.
“A implantação da fibra continuou em um ritmo muito rápido no 1T. As receitas de banda larga da Oi não caíram trimestre contra trimestre, pelo terceiro trimestre consecutivo e, pela primeira vez em muito tempo, também não caíram na comparação anual”, afirmam Carlos Sequeira, Osni Carfi e Luiz Temporini, que assinam o relatório do BTG Pactual (BPAC11) sobre a empresa.
No conjunto, contudo, os números desagradaram os analistas. “Os resultados gerais foram negativos em nossa visão, uma vez que a receita do negócio principal caiu 7,4% na comparação anual sob pressão de B2B”, explicam Fred Mendes e José Cataldo, autores do relatório da Ágora Investimentos.
Esperança
Isso quer dizer que é melhor esquecer as ações da companhia? Nem de longe. Para a Ágora, o que se viu no primeiro trimestre é apenas uma fase. “Acreditamos que os investidores começarão a dar mais atenção à Oi por suas operações e seu turnaround do que como um nome puramente orientado a eventos, e os resultados do 1T21 não ajudam nesse sentido, mas como a implantação do FTTH continua ganhando relevância, isso deve ser superado”, afirma a gestora.
O BTG Pactual vai pelo mesmo caminho. No atual patamar de preço das ações (ao redor de R$ 1,70), a Oi é “uma ótima oportunidade de investimento”, segundo o banco, que acrescenta: “estamos confiantes de que a venda da operação móvel e da empresa de infraestrutura será concluída de forma satisfatória e projetamos um bom crescimento proveniente dos negócios de fibra da empresa.”
Tanto a Ágora, quanto o BTG, reforçaram a recomendação de compra dos papéis, com preços-alvos de R$ 3,40 e R$ 3,10, respectivamente. Os valores indicam espaço para o papel subir mais de 100%.