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Oi é a empresa que menos ganha com o 5G, dizem analistas

14 set 2021, 17:13 - atualizado em 14 set 2021, 17:14
Oi OIBR3
Todavia, os especialistas explicaram que a empresa ainda pode conseguir “tirar uma casquinha” da nova tecnologia (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

A Oi (OIBR3) é a empresa que menos ganha com a implementação do 5G no Brasil, disseram os analistas da Genial Investimentos em relatório enviado aos clientes e obtido pelo Money Times última sexta-feira (10).

Segundo a corretora, a Oi é a que menor agregaria valor utilizando a tecnologia do 5G, tendo em vista seu foco na expansão de fibra óptica e no plano de reestruturação, além da venda dos ativos móveis.

Sendo assim, de primeira vista, o 5G não apresentará nenhum valor para companhia. Todavia, os especialistas explicaram que a empresa ainda pode conseguir “tirar uma casquinha” da nova tecnologia.

“Com a aquisição de alguns dos espectros do 5G, a Oi poderá realizar negociações futuras e tirar proveito disso. Mas, por enquanto, as negociações não foram concretizadas, e o 5G continuaria a ser um ponto a ser considerado para altas taxas de transmissão de dados visando uma maior gama de serviços para seus clientes”, afirmaram Gabriel Tienem e Eduardo Nishio ao assinar o relatório da Genial.

Os analistas também comentaram que Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT4) serão as companhias mais beneficiadas com a chegada do 5G.

Vivo é a que ganha no curto prazo

Os especialistas disseram que a Vivo tende a gerar valor no curto prazo pela sua forte dominância com a tecnologia de fibra óptica que é extremamente compatível às redes 5G.

Os especialistas disseram que a Vivo tende a gerar valor no curto prazo (Imagem: Money Times / Rafael Borges)

“Dessa forma, os seus usuários desfrutariam do 5G de forma mais significativa, tendo em vista que as estações de base estariam conectadas via uma tecnologia compatível que é a da fibra, ou seja, a Vivo sairia na frente no quesito de infraestrutura”, declarou a corretora.

Além disso, Tienem e Nishio observaram que a empresa vem juntando caixa a um bom tempo para participar do leilão do 5G, o qual o mercado tem expectativa de acontecimento em outubro dessa ano, mas sem uma data definida ainda.

“A Vivo participará do leilão na faixa de frequência dos 3.5 GHz. Um ponto importante é a visão da Vivo quanto à banda larga via 5G, em que a empresa não acredita que esse serviço possa substituir a fibra óptica, mas é vista como uma solução para regiões onde a rede de fibra não foi instalada ainda”, informaram.

Tim é a empresa do longo prazo

Os analistas enxergaram que a Tim deve ganhar no longo prazo, pois ela tiraria as melhores sinergias do negócio devido ao marketshare baixo em fibra, sendo assim, há espaço de crescimento nesse setor ao mesmo tempo em que o 5G começaria a ser implementando.

Os analistas enxergaram que a Tim deve ganhar no longo prazo (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Com isso, ambas as infraestruturas poderiam ser consideradas conjuntamente aproveitando o melhor dos dois mundos.

Não obstante, Tienem e Nishio perceberam que empresa deixou muito claro o desejo de participar do leilão do 5G, principalmente na faixa dos 3.5 GHz.

Todavia, a companhia teria um enfoque mais voltado para o setor empresarial do que para pessoa física. O foco nessa prestação de serviço seria no chamado B2B2C (Business-to-Business-to-Customer), cujo as empresas contratam os serviços de 5G da TIM e enviam o produto ou serviço ao consumidor final.

Um exemplo dessa modalidade equivaleria aos veículos autônomos, os quais as companhias automobilísticas buscariam parcerias com a Tim para possibilitar que a conexão seja feita sob latências baixas através do 5G. Assim, o consumidor usufruiria de um novo produto proveniente do B2B2C.

Um exemplo dessa modalidade equivaleria aos veículos autônomos, os quais as companhias automobilísticas buscariam parcerias com a Tim (Imagem: Pixabay)

“Já para pessoa física, a principal transformação seria com relação à banda larga residencial que, em vez de utilizar apenas os serviços de fibra (desconsiderando as linhas de cobre), haveria a possibilidade de utilizar a rede do 5G, através de um modem de 5G conectado a um roteador WiFi”, alegaram.

Para os analistas, mesmo com essa tendência de atender as companhias, a Tim poderá decidir pelo melhor projeto para situações específicas de acordo com viabilidade, custo e localização.

Como ficam as ações?

Como a Oi não terá uma grande lucratividade com 5G, a Genial não possui uma grande perspectiva com a empresa, por isso, ela recomendou manter as ações para quem já comprou com preço-alvo de R$ 1,20.

Já Tim e Vivo possuem indicação de compra com preço-alvo, respectivamente, de R$ 15 e R$ 60.