Oi: argumentos do Itaú e do BB para cancelar reunião com credores não fazem sentido, diz Ágora
O Itaú Unibanco (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3) entraram com um pedido para cancelar a assembleia de credores da Oi (OIBR3;OIBR4), prevista para ocorrer no dia 8 de setembro.
Os bancos apresentaram uma longa lista de justificativas para impedir a realização da reunião. Além disso, o Banco do Brasil também quer anular o direito de voto dos detentores de títulos (bonds).
Para Ágora, os argumentos apresentados pelos bancos não fazem sentido, “considerando que os detentores de títulos/acionistas já receberam um haircut (redução no valor nominal de dívida) de aproximadamente 70% no passado”.
De acordo com os analistas Fred Mendes e Flávia Meireles, quanto mais se adiar a aprovação do plano, maiores serão os riscos de a Oi não ter liquidez suficiente para pagar seus acionistas, “o que seria uma perda para todos”.
A dupla explica que o fato da Caixa Econômica Federal não ter se oposto à assembleia é positivo. Dessa forma, avaliam eles, a reivindicação do Banco do Brasil e do Itaú perdem força.
Além disso, o juiz responsável pela ação já disse não ver os pontos levantados como empecilhos para a realização do encontro, e que a assembleia de credores “é essencial para o potencial de aprovação e sustentabilidade da empresa”.
“Nosso cenário base é que a AGC (Assembleia Geral de Credores) será aprovada, o que deve desbloquear um valor significativo para a empresa, permitindo também o pagamento de dívidas aos acionistas”, argumentaram.
Plano da Oi pode tomar até R$ 12 bilhões de crédito
A Oi pode tomar até R$ 12 bilhões em dinheiro novo de acordo com o novo aditivo ao plano de recuperação judicial da empresa, explicou o presidente Rodrigo Abreu, em entrevista.
Segundo ele, a empresa negociou com todos os tipos de credores para melhorar as chances de aprovação do aditivo na assembleia marcada para 8 de setembro e ao mesmo tempo manter a Oi “viável no médio e longo prazo”.
De acordo com Abreu, bancos, agências governamentais e agências de crédito à exportação detentores de cerca de R$ 20 bilhões em dívidas sem garantia podem agora emprestar até R$ 3 bilhões em dinheiro novo e, com isso, receberiam até R$ 1,5 bilhão em pagamento antecipado a um preço de 100% do valor de face da dívida antiga e até R$ 7,5 bilhões da dívida antiga seriam mantidos nos mesmos termos de hoje, também sem haircut.