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Oi: Ágora prefere esperar frutos da reestruturação, e mantém preço-alvo de R$ 2,10

10 set 2020, 9:05 - atualizado em 10 set 2020, 9:05
Oi Empresas Telefonia
Não pague para ver: Ágora elogia, mas não eleva ação da Oi (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

A Ágora Investimentos causou alguma confusão no mercado, nos últimos dias, ao tratar da reestruturação da Oi (OIBR3). Isto porque, em agosto, a gestora divulgara um relatório em que afirmava que a venda da Oi Móvel elevaria o preço-alvo das ações para R$ 3,20. Contudo, o avanço das negociações, nesta semana, não provocou a esperada revisão.

Em sua primeira manifestação sobre o avanço da negociação ocorrido na segunda-feira (7), quando a Oi anunciou que sua oferta preferida, no leilão que selará a venda da área de telefonia celular, é a apresentada pelo consórcio formado pela TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro, a Ágora elogiou o fato, mas não mencionou explicitamente que passaria a adotar um novo preço-alvo.

Mesmo a aprovação do plano pela assembleia de credores da operadora, no dia seguinte, não provocou nenhuma revisão das projeções da Ágora.

A lacuna foi esclarecida em relatório enviado aos clientes nesta quarta-feira (9). Fred Mendes e Flávia Meireles, que assinam o comentário, explicaram: “em nossa análise, tínhamos um preço-alvo de R$ 3,20 para a Oi em nosso cenário de aprovação do plano, assumindo R$ 15 bilhões para os ativos da Oi Móvel e um corte no valor de face da dívida (haircut) de 60% para bancos.”

Franja nos olhos

A dupla acrescenta que, “no entanto, com a mudança, esperamos um aumento de R$ 1 bilhão na dívida líquida devido à redução do haircut, que é totalmente compensado pelo aumento de R$ 2,3 bilhões do VPL (valor presente líquido) da Oi Móvel”.

Embora observe que a venda abrirá caminho para a companhia se concentrar na expansão de sua rede de fibra óptica, que formará a base da nova Oi que emergirá da reestruturação, a Ágora prefere esperar para ver o encaminhamento dos planos da companhia.

“Reforçamos nossa recomendação de compra para OIBR3 e mantemos nosso preço-alvo de R$ 2,10 por enquanto, mas vemos potencial de alta significativo”, afirmam os analistas.

Depois da euforia dos últimos dias, os investidores também parecem mais cautelosos. Nesta quarta-feira (9), por exemplo, a Oi fechou com uma forte queda de 3,23%, cotada em R$ 1,80. Com isso, praticamente zerou os ganhos acumulados em setembro, com o preço acima apenas do R$ 1,78 com que fechou o dia 1º.

Com a queda de ontem, o potencial de valorização da Oi é de 17% até o preço-alvo da Ágora.