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Ofertas de CRAs e CRIs crescem em torno de 70% em 2022; saiba porque investidores estão comprando

13 dez 2022, 15:00 - atualizado em 13 dez 2022, 15:18
CRAs e CRIs
CRAs e CRIs têm se consolidado como destino de investidor cansado de ver suas ações perderem valor na renda variável. (Imagem: Unsplash/@f7photo)

As ofertas de CRAs e CRIs no mercado de capitais em 2022 são o grande em termos de crescimento, já que entre janeiro a novembro, os dois ativos de renda fixa captaram R$ 79,9 bilhões, aumento de 69% em comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O relatório mais recente com números de novembro, divulgado nesta semana, mostra que os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) tiveram R$ 1,2 bilhão e R$ 4,5 bilhões em volume, respectivamente.

Os produtos securitizados, que permitem o investidor emprestar dinheiro diretamente a empresas ligadas ao agronegócio ou ao setor imobiliário, se firmaram como opção ao investidor pessoa física, que tem trocado ações por títulos de crédito privado.

O investidor pessoa física, por exemplo, já responde por 32,4% dos credores em ofertas de CRAs em 2022.

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Será que ainda valem a pena CRAs e CRIs?

Parte do sucesso que as ofertas de CRAs e CRIs (e toda a indústria de renda fixa de maneira geral) têm feito em 2022 se deve ao esfriamento das novas emissões feitas pelas empresas na renda variável.

Ainda de acordo com o boletim mais recente da Anbima, não houve registro de operações de renda variável no mercado de capitais em novembro

No ano, as operações em renda variável captaram R$ 52,3 bilhões no mercado brasileiro, sendo R$ 406 milhões em IPOs (empresas que abriram capital na B3) e R$ 51,9 bilhões em follow-ons (empresas já listadas na Bolsa brasileira que só emitiram mais ações).

Especialistas de renda fixa consultados pelo Money Times continuam bastante otimistas com o investimento em CRAs e CRIs para o ano de 2023.

“Muitos investidores buscam proteger o patrimônio ao trocarem suas ações que estão apanhando na Bolsa por produtos de renda fixa que são menos voláteis e estão remunerando bem. A isenção fiscal que os CRAs e CRIs têm também jogam à favor”, diz Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.

Para Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, a mudança estrutural do governo brasileiro nos últimos anos que fez com que grandes empresas passassem a buscar mais dinheiro junto com o mercado de capitais do que com bancos públicos também explica o fenômeno, como o caso da JBS (JBSS3).

“No ano que vem as emissões de crédito privado continuarão crescendo e com as mudanças nas regras de marcação a mercado, títulos indexados ao IPCA poderão perder espaço para papéis atrelados ao CDI, com influência da taxa Selic elevada”, aponta Costa.