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Oferta futura de cobre ameaçada por paralisação de projetos

23 jul 2020, 15:10 - atualizado em 23 jul 2020, 15:10
Cobre
Como muitos de seus pares do setor privado, a estatal Codelco abriu mão de grande parte do desenvolvimento de projetos para se concentrar na operação de minas existentes com equipe reduzida (Imagem: Pixabay)

A pandemia traz questionamentos sobre a capacidade do maior produtor de cobre de manter os níveis de produção nos próximos anos e atender à crescente demanda global.

Como muitos de seus pares do setor privado, a estatal Codelco abriu mão de grande parte do desenvolvimento de projetos para se concentrar na operação de minas existentes com equipe reduzida.

No entanto, as consequências de atrasos prolongados das obras seriam muito maiores para a gigante chilena.

Com décadas de subinvestimento, a Codelco precisará gastar mais de US$ 40 bilhões na próxima década apenas para manter a produção.

Sem esses projetos, a produção da empresa cairia, destronando-a como maior produtora, reduzindo a oferta global em cerca de 2% e potencialmente causando déficit em um mercado considerado bastante equilibrado.

Certamente, as obras de desenvolvimento serão retomadas em algum momento e, em alguns casos, já estão bem avançadas. Outros fornecedores também poderiam compensar parte da ociosidade.

Mas investidores podem estar subestimando o risco de atrasos em projetos que são essenciais para atender à demanda futura em uma tendência de eletrificação, disse o analista sênior da Bloomberg Intelligence, Andrew Cosgrove.

“É um dos riscos mais subestimados”, disse Cosgrove. “Todo mundo tem como certo que a produção da Codelco poderá se manter estável.”

Em um esforço para conter a propagação do vírus, a Codelco interrompeu as obras para converter sua mina a céu aberto de Chuquicamata em uma mina subterrânea, além de um grande projeto em El Teniente, sua maior e mais lucrativa mina.

Operadores do setor privado também paralisaram projetos, inclusive em minas controladas pela Teck Resources e Antofagasta.

Os chamados projetos estruturais da Codelco devem contribuir com mais da metade da produção da empresa até o final da década, segundo o CRU Group.

Se não modernizar os ativos, corre o risco de uma queda da produção de 600 mil toneladas, segundo o CRU. O volume é suficiente para conectar mais de 7 milhões de carros elétricos.

No caso da El Teniente, que responde por quase 30% da produção da Codelco, “qualquer atraso considerável nas obras pode impactar a produção de cobre a partir de 2022”, disse o analista do CRU, Jaime Sepúlveda.

As previsões de produção chilena de 2022 a 2024 podem ser afetadas por atrasos nos projetos, disse a agência estatal Cochilco em resposta por e-mail a perguntas. A Codelco, com sede em Santiago, não comentou.

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