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Oferta de minério de ferro se recupera com estoques do Brasil; desaceleração chinesa no radar

29 out 2019, 11:31 - atualizado em 29 out 2019, 11:31
Minério de ferro
Investidores de minério de ferro têm ajustado suas posições para a trajetória da commodity em 2020 (Imagem: Reuters/Stringer)

A recuperação do mercado global de minério de ferro do choque de oferta do primeiro semestre acaba de atingir outra marca, em mais um sinal de que os preços podem não conseguir se manter em US$ 80 a tonelada no quarto trimestre.

Os estoques de minério brasileiro nos portos da China retornaram ao nível anterior ao rompimento da barragem da Vale (VALE3) em janeiro, um acidente que abalou o mercado e provocou um aumento dos preços, que agora começam a recuar.

Investidores de minério de ferro têm ajustado suas posições para a trajetória da commodity em 2020, diante da recuperação da oferta das minas e desaceleração na China. Muitos bancos projetam queda dos preços. Os estoques de minério nos portos da China fazem parte desse cálculo e estão entre os sinais mais visíveis de equilíbrio entre oferta e demanda.

A recuperação dos estoques brasileiros reflete tanto a retomada da produção quanto a falta de preferência entre as usinas por minério de maior qualidade, diante da queda de rentabilidade.

Os estoques de minério produzido no Brasil nos portos da China subiram para 35,95 milhões de toneladas na semana passada, segundo a Shanghai SteelHome E-Commerce Co. É o mesmo volume registrado na semana de 25 de janeiro, quando o rompimento da barragem de Brumadinho obrigou a Vale a reduzir a produção.

Depois da queda em julho, os estoques brasileiros estão em alta no acumulado do ano. Imediatamente após o acidente com a barragem, os estoques do país atingiram um pico em março, refletindo a defasagem nos tempos de envio de cargas do Brasil, bem como a utilização pela Vale de suas próprias reservas fora da China.

Os estoques gerais nos portos, incluindo a produção de mineradoras australianas como BHP, também mostraram sinais de recuperação, embora o número geral ainda seja mais baixo do que no momento do desastre da barragem. O cálculo nacional mais recente mostrava 134,1 milhões de toneladas, o maior volume desde abril.

O Morgan Stanley acredita que a pressão sobre o mercado de minério de ferro será aliviada até o fim do próximo ano, com a maior oferta das minas e menor produção de aço chinesa. O banco prevê queda dos preços em todos os trimestres de 2020.

O minério de referência spot, que em julho atingiu o pico de US$ 127,15 a tonelada, era negociado recentemente a US$ 86,65, segundo a Mysteel Global. Em 24 de janeiro, antes do rompimento da barragem em Brumadinho, o contrato fechou negociado a US$ 74,72 a tonelada.

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