Oferta de ações do Banrisul gera dúvidas no mercado, diz Estadão
Na madrugada de terça-feira, o Banrisul (BRSR3) anunciou a realização de uma oferta secundária para a venda de ações excedentes do governo do Rio Grande do Sul no banco estatal. No entanto, a iniciativa trouxe novas polêmicas para os investidores, com alguns defendendo que a instituição deveria ser totalmente privatizada. As informações são da edição da quarta-feira da Coluna do Broad, do jornal O Estado de S.Paulo.
A publicação destaca que, no modelo anunciado, os recursos levantados com as vendas das ações seriam suficientes para cobrir somente despesas correntes do governo gaúcho. Pelo valor de mercado, o follow-on deve capturar mais de R$ 2 bilhões.
O jornal explica que uma oferta de papéis só é possível quando o valor de mercado da companhia estiver acima do valor patrimonial. Sendo assim, para que o follow-on aconteça, a ação preferencial classe B do Banrisul (BRSR6) precisa ficar acima de R$ 19,32. Na sessão de ontem, o papel fechou a R$ 23, após cair 3% com o anúncio. Com isso, o espaço de desconto para potencias interessados na oferta é apertado.
Outro ponto apresentado pela coluna é que o desconto que os bancos podem vir a oferecer não pode ser superior a 16%, já que isso levaria o valor de mercado abaixo do patrimonial, inviabilizando a operação. Além disso o fato de que a oferta envolve apenas ações ordinárias, que são de menor liquidez, aumenta a pressão do investidor para o valor da oferta.
No entendimento do mercado, o anúncio traz a percepção de que o banco, operacionalmente, não está redondo, principalmente pelo fato da oferta ter sido apresentada sem que o banco apresente metas de crescimento.