Ofensas e elogios a nordestinos geram 1,76 milhão de menções no Twitter, diz FGV DAPP
Mais uma vez, a população do Nordeste recebeu mensagens preconceituosas e ameaças nas redes sociais após o presidenciável Fernando Haddad ter garantido sua vaga no segundo turno, que ocorrerá no dia 28. De acordo com a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV (FGV DAPP), entre as 19h de domingo (7) e as 10h de terça-feira (9), houve cerca de 1,76 milhão de menções – ofensas e elogios – envolvendo o apoio de nordestinos a candidatos de esquerda.
A maioria das ofensas foram associadas à pobreza, ao Bolsa Família, ao povo nordestino e à quantidade de migrantes do Nordeste que moram nas regiões Sul e Sudeste do país.
Apesar das publicações ofensivas, muitos perfis a favor do também candidato à presidência Jair Bolsonaro argumentaram que os ataques garantem argumentos para que Haddad e o PT possam conquistar os votos que o candidato do PSL recebeu no Nordeste. Grupos opostos a Bolsonaro também criticaram o teor das mensagens, além de agradecer os nordestinos por frear o crescimento de Bolsonaro.
Entre 19h15 e 19h30, logo quando foi divulgado o andamento da apuração, a FGV DAPP registrou uma média de 4,5 mil tuítes por minuto. A última segunda-feira (8) também registrou grande volume de publicações, fato devido ao assassinato do capoeirista Mestre Moa, na Bahia, morto a facadas por um eleitor de Bolsonaro após dizer que votou no PT.
Durante a campanha, perfis contra o candidato do PSL associaram o candidato à imagem de ditadores. Às 20h de domingo, a média de tuítes chegou a 2,3 mil publicações por minuto.
Também houve críticas à evangélicos e cristãos de outras orientações religiosas que votaram no Bolsonaro. Alguns perfis chegaram até a generalizar, ofendendo a comunidade evangélica no geral.
Outro assunto que movimentou o Twitter foi a baixa representatividade de negros no Congresso. Os tuítes do gênero somaram 446,8 mil menções até as 10h de terça.
Homofobia e representatividade LGBT impulsionaram 1,06 milhão de postagens das 19h de domingo às 10h de terça, sendo a maioria composta por denúncias de agressões contra gays e relatos de medo à possível eleição de Bolsonaro.
Impulsionada pelo movimento criado no Facebook, a discussão sobre o preconceito com mulheres também foi bastante pontuada. Houve 1,02 milhão de menções desde a noite de domingo, com destaque para os resultados das candidatas mulheres e episódios de violência sexual. Grupos pró-Bolsonaro elogiaram a representação feminina simpática ao candidato, dando garantias de que o governo do presidenciável não será marcado por discursos de ódio.