Odebrecht negocia para manter dividendos da Braskem por dois anos, dizem fontes
A Odebrecht está propondo a bancos credores manter o recebimento da maior parte dos dividendos pagos pela petroquímica Braskem (BRKM5) e que os bancos esperem um período mais longo antes de tentar vender as ações do conglomerado na empresa, segundo duas fontes com conhecimento do assunto.
A Odebrecht está reestruturando 51 bilhões de reais em dívida, uma das maiores reestruturações da história da América Latina.
O conglomerado entregará sua proposta para os credores na assembleia de credores na próxima quarta-feira, mas representantes dos credores que têm direito às ações da Braskem já aprovaram informalmente a proposta, segundo as fontes, que pediram anonimato para revelar negociações sigilosas.
Mas ainda não há uma decisão final, porque a proposta ainda precisa ser aprovada pelos comitês de crédito dos bancos, disseram as fontes. A Odebrecht preferiu não comentar o assunto.
A Odebrecht está propondo um período de “standstill” de 24 meses, durante o qual não será feito nenhum pagamento de dívida e o conglomerado receberá 80% dos dividendos pagos pela Braskem, que hoje são quase toda a receita do conglomerado. Depois desse período, os bancos poderão concordar com uma extensão do standstill por mais um ano.
Por outro lado, os bancos exigem da Odebrecht que não haja mais questionamento no processo de recuperação judicial do direito dos bancos de tomar posse ou vender as ações pelo instrumento da alienação fiduciária.
Há alguns meses, a Odebrecht argumentou no processo de recuperação judicial que a participação na Braskem era um bem essencial que não poderia ser vendido.