O ‘terceiro tempo’ do Copom: Selic e a ressaca de Haddad, FIIs e o medo de calote, IR 2023 e outras notícias
A reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) era aguardada com certa ansiedade tanto pelos agentes econômicos quanto pela classe política.
Mais ou menos como aquela festa onde todo mundo que marcar presença, mas a maionese desanda, o pessoal exagera na dose e o resultado é uma grande ressaca.
A manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano já era esperada. O que vinha sendo colocado em segundo plano era a possibilidade de o Copom subir o tom no comunicado.
Grande parte do mercado aguardava a sinalização de um corte já na próxima reunião em maio. Mas não foi o que aconteceu.
Os diretores do BC defenderam que não há espaço para um alívio nos juros tão cedo e reabriram a porta para uma eventual retomada do ciclo de alta se a inflação não desacelerar no ritmo desejado.
Em grande medida, a postura se deve ao fato de o governo não ter apresentado ainda sua proposta para a regra fiscal que substituirá o teto de gastos.
Numa entrevista concedida pouco depois da decisão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até disfarçou bem a ressaca com o Copom.
Em tom ponderado, ele pregou a harmonia institucional e qualificou a sinalização como preocupante em um cenário de retração econômica e problemas no crédito. Mas o tom de outros integrantes do governo deve ser bem menos moderado.
Quem também vai precisar de um antiácido hoje é o mercado de juros projetados, que deve recompor prêmios ao longo da curva do DI.
Diante da expectativa de uma ressaca para os ativos de risco brasileiros, a expectativa fica agora para o tom da ata da reunião, esperada para a semana que vem e que deve proporcionar mais detalhes.
Enquanto isso, você acompanha toda a repercussão na cobertura de mercado do Seu Dinheiro.
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