O risco da tese da Sanepar (SAPR11) que impede a recomendação de “compra” por analistas
A Sanepar (SAPR11) entregou resultados fracos, e isso é refletido no comportamento das units nesta sexta-feira (5). Os papéis caíam 4,71% perto das 15h, cotados a R$ 18,42 cada.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 442,9 milhões do segundo trimestre não bateu as estimativas dos analistas.
O resultado veio quase 24% menor em relação ao mesmo período do ano passado, pressionado pelo “descasamento” entre o aumento de custos devido à inflação e a postergação do reajuste tarifário pelo regulador (para abril de 2023), destaca a XP Investimentos.
A Eleven chama atenção para o impacto das provisões nos números, com aumento de mais de 100% em PDD (provisões para devedores duvidosos), a R$ 59 milhões, devido ao crescimento da inadimplência de contas a receber vencidas acima de 180 dias, e por provisões para contingências de R$ 45 milhões referentes ao questionamento sobre cobrança de tarifa mínima de consumo, além da complementação de provisão sobre ações trabalhistas.
“Ainda que sejam excluídos os não recorrentes, o Ebitda ajustado de R$ 509 milhões e o lucro líquido ajustado de R$ 277 milhões teriam ficado abaixo das nossas estimativas e as do consenso, refletindo ainda outras pressões de custo”, completa o analista da Eleven responsável pelo relatório publicado nesta sexta, Alexandre Kogake.
Ação mais barata, mas risco não compensa
De acordo com o BTG Pactual (BPAC11), a Sanepar é o nome mais barato dentro do setor de saneamento brasileiro, negociando a 0,52 vez EV/RAB (valor da empresa sobre base de ativos regulatória).
Porém, devido ao maior risco regulatório, além da falta de discussões relacionadas à privatização da companhia, o BTG tem recomendação “neutra” e preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 28.
“Preferimos Sabesp (SBSP3) e Copasa (CSMG3), que são negociadas a múltiplos atrativos de 0,7 vez e 0,65 vez EV/RAB, respectivamente, e ainda oferecem certa possibilidade de privatização“, comentam João Pimentel e Gisele Gushiken, em relatório publicado ontem à noite.
Apertando na mesma tecla do risco regulatório persistente, a XP reitera sua recomendação “neutra” para a Sanepar, com preço-alvo por unit de R$ 26.
A recomendação da Eleven também é “neutra”, com preço-alvo de R$ 23, mesmo com o valuation abaixo da média histórica.
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