O recado de Haddad sobre a Selic: Há espaço para cortar mais de 0,25 p.p., diz

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, há espaço para um corte superior a 0,25 ponto percentual (p.p.) da Selic já no mês de agosto, disse nesta quinta-feira (13) em entrevista à RedeTV.

Segundo Haddad, não se discute mais quando os juros serão cortados pelo Comitê da Política Monetária (Copom), mas, sim, qual será a magnitude da redução.

Na última ata do Copom, divulgada na última semana de junho, o Banco Central (BC) deixou a porta aberta para eventuais cortes da taxa básica — que está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022.

A condição da autoridade para o afrouxamento monetário é a continuidade cenário de arrefecimento da inflação — que apresentou recuo de 0,08% em junho.

Também no final do mês passado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o processo da redução de juros tem que ser feito “com parcimônia”. “A manutenção dos juros nos últimos meses tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação”, afirmou.

Tebet também quer corte superior a 0,25 p.p.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também disse hoje que a redução da Selic precisa ser iniciada com um corte de 0,50 p.p.

No Rio de Janeiro, Tebet afirmou ainda que os dois novos diretores do BC indicados pelo governo, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, serão “vozes” favoráveis à redução dos juros e que o nível alto da taxa está prejudicando o setor de varejo.

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De quanto vai ser o corte da Selic?

Já é unânime também entre o mercado financeiro que a Selic será reduzida ainda este ano, mostra pesquisa Genial/Quaest. 92% dos entrevistados acreditam, inclusive, que o Copom deve cortar os juros já em agosto.

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Para a próxima reunião, as maiores apostas dos tomadores de decisão do mercado são de redução de 0,25 p.p. (56%) e corte de 0,5 p.p. (32%) — apenas 1% vê diminuição superior a 0,5 p.p.

Algo a mais pode ajudar a conter a inflação

Em entrevista à RedeTV, Haddad ainda afirmou que deve discutir na sexta-feira (14) com Lula (PT) a possibilidade de criar benefícios tributários para utensílios domésticos de linha branca.

O presidente defendeu esta semana uma ação do governo nessa direção. A medida de reduzir o preço dos produtos foi adotada no segundo mandato de Lula e fez sucesso no fim dos anos 2000.

Em declarações dadas na quarta-feira (12), o presidente deixou em aberto a possibilidade de o governo baratear o preço de eletrodomésticos como geladeiras e máquinas de lavar.

*Com informações da Reuters