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O recado amargo do Banco Mundial para o Brasil e emergentes em 2023

10 jan 2023, 14:46 - atualizado em 10 jan 2023, 14:46
Brasil
Banco Mundial corta projeção de crescimento, citando guerra da Ucrânia e aperto monetário. (Imagem: Reuters)

O Banco Mundial cortou a projeção de crescimento do PIB global para 1,7%, nível à beira da recessão para muitos países — entre os quais o Brasil.

No último relatório, publicado em junho de 2022, a estimativa de crescimento para 2023 era de 3,0%.

A entidade financeira cita o prolongamento da guerra da Ucrânia e o aumento das taxas de juros por bancos centrais como os principais fatores de contração neste ano. À parte das recessões de 2009 e 2020, o crescimento de 2023 pode representar o ritmo mais lento em quase três décadas.

Os sinais preocupantes partem das economias desenvolvidas, como a zona do euro e os EUA, que sofreram um corte de 0,5% na perspectiva de crescimento para este ano, e se espraiam pelo grupo de economias emergentes e em desenvolvimento.

No caso da China, a segunda maior economia do mundo, o crescimento foi reduzido a 2,7%, o menor desde 1970 (com exceção de 2020). A desaceleração acentuada na principal potência asiática se deu em meio às restrições sob a política de Covid zero, à crise no mercado imobiliário e uma rigorosa seca no verão

O banco prevê uma recuperação para 4,3% em 2023, mas isso está 0,9 ponto percentual abaixo da previsão de junho devido à gravidade dos problemas causados pela Covid e ao enfraquecimento da demanda externa.

Brasil e emergentes devem sofrer mais

No cenário desenhado pelo banco de desenvolvimento, países emergentes como o Brasil devem sofrer mais do que os pares desenvolvidos, uma vez que lutam contra pesados encargos da dívida pública, moedas e crescimento da renda fracos.

Além disso, a instituição cita uma expressiva desaceleração do investimento da iniciativa privada, prevista agora a uma taxa anual de 3,5% — menos da metade do ritmo das duas últimas décadas.

“A fraqueza no crescimento e no investimento empresarial irá agravar as já devastadoras reversões na educação, saúde, pobreza e infraestrutura e as crescentes demandas das mudanças climáticas”, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em uma declaração.

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