O que vem à frente nas eleições francesas
A eleição francesa de domingo determinará quem governará o país pelos próximos cinco anos: o atual presidente centrista pró-Europa, Emmanuel Macron, ou sua rival de extrema-direita e anti-imigração, Marine Le Pen.
Quem ganhará?
As pesquisas de opinião apontam Macron como o provável vencedor, mas com uma margem muito menor do que em 2017, quando venceu Le Pen com 66,1% dos votos. Uma vitória de Le Pen não pode ser descartada, mesmo que seja o menos provável dos dois cenários.
O que será decisivo?
De quem os eleitores não gostam ou quem temem mais. Nenhum dos candidatos tem apoiadores obstinados o suficiente para levá-los ao poder.
Portanto, a chave é convencer os eleitores de que o outro candidato é pior, com Macron se agarrando ao medo da extrema-direita e Le Pen apostando no desencanto dos eleitores com o histórico de seu oponente no poder.
As decisões dos eleitores de esquerda também serão cruciais para o resultado. O estilo e as políticas de Macron incomodaram muitos da esquerda e ele deve achar mais difícil do que em 2017 conquistar parte suficiente desse grupo para manter a extrema-direita fora do poder.
O que acontece agora?
Quem vencer no domingo só o terá feito depois de uma campanha amarga, divisiva e provavelmente com uma pequena maioria.
Se Macron vencer, ele enfrentará um segundo mandato difícil, com pouco ou nenhum período de carência, e eleitores de todos os tipos provavelmente sairão às ruas por causa de seu plano de continuar com as reformas pró-negócios, inclusive em relação às aposentadorias.
Se Le Pen vencer, espera-se uma mudança radical nas políticas domésticas e internacionais da França, e os protestos de rua podem começar imediatamente.
De qualquer forma, um dos primeiros desafios do vencedor será ganhar as eleições parlamentares de junho.
Quais são as principais questões para os eleitores?
O poder de compra é a principal preocupação dos eleitores, após um enorme salto nos preços de energia e aumento da inflação. Le Pen concentrou sua campanha na questão, com sucesso.
A campanha eleitoral começou em meio à guerra na Ucrânia. As pesquisas mostraram um impulso inicial disso para Macron, mas o efeito já diminuiu.
Pesquisas mostram que os eleitores estão insatisfeitos com a política econômica de Macron, mas o desemprego está no nível mais baixo em anos e os entrevistados não acham que algum de seus oponentes faria melhor.
Como Macron lidou com a pandemia de Covid-19 também pode desempenhar um papel.
Quando sabemos quem ganhou?
A votação começa às 3h (horário de Brasília), em 24 de abril.
Às 15h (de Brasília), a votação termina, as pesquisas de boca de urna são publicadas e a TV francesa anunciará o vencedor previsto. Os resultados oficiais chegam aos poucos mais tarde no dia, mas as pesquisas de boca de urna geralmente são confiáveis.
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