Internacional

O que Stuhlberger espera do segundo mandato de Trump? ‘Não queira operar mercado olhando os posts dele’, diz gestor

29 jan 2025, 11:41 - atualizado em 29 jan 2025, 14:23
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"Não é fácil operar o mercado com o Trump como presidente, dada as mudanças repentinas", diz Stuhlberger. (Imagem: Reuters/Brandon Bell/Divulgação/Montagem Money Times)

Para o gestor Luis Stuhlberger, pode-se esperar quatro principais frentes sendo abordadas no segundo mandado de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos (EUA): desregulação, anti-woke, imigração e tarifas, conforme dito em painel no Latin America Investment Conference (LAIC), evento promovido pelo UBS e UBS BB na terça-feira (28).

Nestes primeiros dias de mandato — Trump assumiu em 20 de janeiro —, os pontos mencionados já estiveram em evidência, com os cortes de medidas pró-diversidade, medidas contra a imigração e falas sobre a imposição de tarifas, entre outros.

Para o gestor, que está a frente da Verde Asset, especificamente em relação às tarifas há uma surpresa com o presidente estar repensando com uma calma que não é o estilo dele e agenda. Na visão de Stuhlberger, isso está relacionado à equipe ao lado de Trump, no entanto, cria um cenário de contínuo dizer e “desdizer” de medidas.

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“Um dia ele falou assim ‘vou colocar tarifa de 25% no México e no Canadá’. No outro dia, ‘não, agora eu vou repensar. Se eles colaborarem eu tiro a tarifa’. Então, você não queira operar mercado olhando os posts [em sua rede social Truth Social] dele”, pondera.

Vale lembrar que é típico do atual presidente da maior economia do mundo utilizar a Truth Social para reforçar suas comunicações, inclusive sobre tarifas.

Para Stuhlberger, hoje não se pode tomar como verdade tudo de tarifa que Trump fala. “A única coisa que você ter certeza é que, em relação à China, principalmente, ele tem uma certa visão”. Ele recorda ainda que Trump quer o TikTok.

Na segunda-feira (27), Trump chegou que a Microsoft está em negociações para adquirir o TikTok e que ele gostaria de ver uma guerra de lances pelo aplicativo.

O gestor recorda a habilidade de Trump e dos republicanos de articulação nas redes sociais, dessa maneira, levar o TikTok para os EUA tem um papel relevante em um plano de sucessão.

Um segundo ponto na mira de Trump é terminar com a guerra da Rússia, uma vez que demanda altos custos para Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e pode promover uma baixa nos preços do petróleo, segundo Stuhlberger.

“Não é fácil operar o mercado com o Trump como presidente, dada as mudanças repentinas e tudo que ele fala hoje, ele pode desdizer amanhã”, pondera o gestor.

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Estados Unidos (Trump) vs China

Sobre o embate Estados Unidos e China, ele recorda que, até cerca de três anos atrás, existia uma percepção de que a China poderia tomar o lugar dos EUA como a potência do mundo, ou estar de igual para igual. Hoje, esse cenário diminuiu muito, na visão de Stuhlberger.

“A China é relevante, mas até hoje nenhum país comunista deu certo. A China tem um comunismo diferente, mas não deixa de ser um país comunista, que é muito diferente do resto. Eu jamais acreditarei que será a potência mundial. Até porque o modelo de desenvolvimento está passando por sérios problemas”, avalia.

Para ele, apesar de lados positivos da China, com avanço em diversas frentes, como Inteligência Artificial (alô, DeepSeek) e carros elétricos, ela passa por grandes problemas, em meio a uma “economia de capital fechado” e política expansionista de crédito.

No entanto, mesmo neste cenário, o gestor não vê ela em rota de desvalorização da moeda. “Eu sei que apostar contra a China, não em bolsa, mas em caso de moeda, é cemitério de gestor”.

*Com informações da Reuters

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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