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O que são os agentes de IA, a revolução que pode mudar (ou destruir) o mercado de criptomoedas

11 fev 2025, 16:10 - atualizado em 11 fev 2025, 16:10
Agente de inteligência artificial (IA)
Os agentes de IA nada mais são do que um sistema autônomo de tomada de decisões, que leva em conta o ambiente e dados previamente fornecidos para alcançar um objetivo específico. (Imagem: gerado por IA - Qwen)

Quando o ChatGPT ganhou destaque em 2022, ele ainda podia realizar poucas ações — e o grande questionamento era quando elas poderiam ficar mais elaboradas. Esses problemas com os limites do chatbot podem estar próximos do fim com a chegada dos Agentes de Inteligência Artificial (Agentes IA ou AI Agents).

Os agentes de IA nada mais são do que um sistema autônomo de tomada de decisões, que leva em conta o ambiente e dados previamente fornecidos para alcançar um objetivo específico. 

De maneira menos técnica, é um “robô” digital que realiza tarefas para o usuário. 

Essa definição é genérica justamente pelo fato desse tipo de agente virtual poder realizar uma infinidade de tarefas distintas. Algumas delas são: atuar como assessor de investimento, concierge, agendamento de viagens ou consultas médicas, entre outros.

Um exemplo é o que o ChatGPT pode fazer com a nova atualização da OpenAI — ainda que não tenha ficado claro se a empresa utilizou a tecnologia blockchain para isso. 

Os IA Agents conseguem atuar nessa gama de segmentos porque são construídos em cima da tecnologia blockchain, a mesma que deu origem às criptomoedas.

E, por falar em criptomoedas, esses Agentes de IA têm a capacidade de lançar seus próprios tokens — e, consequentemente, representam um perigo para o mercado.

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Agentes de IA e o mercado de criptomoedas

Em um relatório publicado no fim de 2024, a Bitwise comentou que já havia agentes de IA que utilizavam criptomoedas como meio de pagamento online e, inclusive, lançavam seus próprios tokens. 

“Chegamos a 2025 e parece que estamos preparados para uma febre de memecoins ainda maior do que a que vimos em 2024, e acreditamos que os tokens lançados por agentes de IA liderarão esse movimento”, diz o relatório, que continua com um exemplo, no mínimo, curioso. 

“Por exemplo, uma interação recente entre Marc Andreessen, da a16z, e um chatbot autônomo chamado Truth Terminal resultou no agente de IA promovendo uma memecoin obscura, a GOAT. O que começou como um experimento peculiar logo se transformou em um ativo com valor de mercado acima de US$ 1,3 bilhão, mostrando o potencial que existe ao misturar IA com o mundo selvagem das memecoins”.

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A previsão pode não ter se concretizado por completo (ainda), mas uma coisa é certa: a criação de agentes de IA e memecoins foi o que ajudou a blockchain da Solana (SOL) a ganhar espaço entre projetos criptográficos nos últimos tempos. 

Outro exemplo é o agente de IA chamado Clanker, que atua de forma autônoma na segunda camada (L2) da Base, a blockchain da corretora (exchange) Coinbase.

Os usuários podem lançar um token com determinado nome e imagem na rede simplesmente marcando o Clanker em uma postagem no Farcaster, uma rede social descentralizada. Em menos de um mês, Clanker lançou mais de 11 mil criptomoedas e gerou mais de US$ 10,3 milhões em taxas para a Base. 

O futuro — mas depende

O outro lado da moeda dos agentes de IA são os problemas desse setor. O primeiro deles, como foi dito anteriormente, é a poluição de projetos de criptomoedas em múltiplas blockchains — o que pode criar um ambiente de difícil acesso a bons protocolos e afastar investidores pouco interessados em garimpar o setor. 

A regulação do segmento de agentes virtuais autônomos também é um ponto importante para o mercado, tendo em vista que algumas políticas públicas podem limitar o campo de atuação desses protocolos — podendo fazer o valor desse tipo de projeto cair. 

Por fim, há uma preocupação com a qualidade dos dados — gerados e manuseados — pelos agentes de IA. 

Aqui vale um parênteses um pouco mais demorado. Com o aumento do uso de IAs e outros robôs autônomos, esses agentes virtuais começam a se autorreferenciar, com dados e citações que não foram feitas por um ser humano — em outras palavras, é a teoria da “internet morta”. 

Assim, analistas desse setor esperam que os filtros fiquem mais bem elaborados e os dados sejam melhor estruturados para checagens futuras.

*Com informações do relatório “2024: Year in Review”, da K33 Research, relatório “Bitwise: The Year Ahead —10 Crypto Predictions for 2025”, da Bitwise, relatório “Hashdex 2025 Crypto Investment Outlook”, da Hashdex e Glassnode.

É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.