Governo Federal

O que revela a primeira entrevista exclusiva de Lula, na visão de cientistas políticos

19 jan 2023, 11:34 - atualizado em 19 jan 2023, 11:34
Lula
Cientistas políticos e mercado financeiro repercutem a primeira entrevista exclusiva de Lula à imprensa nacional desde que tomou posse  (Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters)

Não é apenas o mercado financeiro que repercute a primeira entrevista exclusiva de Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa nacional desde que tomou posse. Cientistas políticos também se debruçam sobre a fala do presidente à jornalista Natuza Nery do GloboNews para entender o que as declarações revelam.

Para o sociólogo e presidente do Instituto Cultiva, Rudá Ricci, a entrevista foi esclarecedora. Segundo ele, ficou claro que Lula vai optar pelo “centrismo”, afastando-se do viés mais à esquerda.

“Lula pautou uma fala a partir de agora de governo de centro, de um governo que vai fazer reformas, mas sem ir além dos limites, sem criar nenhum tipo de tensão exagerada”, avalia.

A avaliação de Ricci foi feita em um vídeo no Instagram, confira:

 

Lula negociador abre debate econômico

Ou seja, o presidente vai adotar um perfil de negociador. Isso vale, inclusive, para os temas econômicos. 

Aliás, durante a entrevista, Lula abordou temas considerados delicados pelos investidores, como a autonomia do Banco Central e o regime de metas de inflação. O presidente disse que era uma “bobagem” a autonomia do BC e disse ser um “exagero” o atual alvo perseguido pela autoridade monetária, de 3,25% em 2023.

E, aí, o presidente seguiu na tradicional retórica não só do PT, mas da esquerda em geral. É o que avalia o analista político da Levante Investimentos, Felipe Berenguer. “Houve uma contraposição entre o social e o fiscal; entre os pobres e os capitalistas”, diz, em relatório. 

Contudo, Berenguer avalia que o discurso mais “incisivo” de Lula não se transformará, necessariamente, em medidas tão ou mais nocivas do ponto de vista de política econômica. “É o ‘modo Lula’ de governar e opinar sobre temas caros aos mercados”, diz. 

Seja como for, o cientista político e presidente do Instituto Brasilis, Alberto Carlos Almeida, afirma que Lula está, acima de tudo, abrindo um debate sobre essas questões. “É o presidente da República colocando em debate. Então, ele lidera o ponto de vista de que o mais adequado seria aumentar a meta de inflação”. 

Para ele, Lula trouxe à mesa de discussão a possibilidade de aumentar a meta de inflação para ter espaço para reduzir os juros e gastar mais. “Foi aberto esse debate e o Lula deve tocar no tema daqui para frente”, prevê.

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