O que retorno de Trump significaria para a economia do Brasil?
Os Estados Unidos definirão seu próximo presidente em novembro, mas os questionamentos sobre qual dos principais candidatos, Joe Biden ou Donald Trump, é melhor para a economia já é divulgado. O cenário do país também afeta a política econômica brasileira.
A corrida presidencial é observada de perto, com questionamentos sobre qual dos presidenciáveis ajudaria a economia estadunidense.
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No país, os dados de inflação em patamares elevados, com expectativas para os cortes nas taxas de juros para junho, afetam a opinião da população.
De acordo com o CME FedWatch Tool, a esperança de cortes para este mês atinge 73,1%.
A inflação é acompanhada de perto pelos norte-americanos, pois durante a gestão Biden atingiu níveis máximos em 40 anos, durante 2022.
O que segundo mandato de Trump significaria para o Brasil?
Para a agenda econômica nacional, o retorno do ex-presidente faria com que os olhos do país se voltassem para a dívida pública crescente, embates econômicos com a China e medidas protecionistas, adotadas durante a gestão anterior de Trump.
Para o Brasil, Ricardo de Menezes Barbosa, pesquisador associado da FGV IBRE, a eleição deve ser acompanhada de perto por trazer nomes já conhecidos, levantar incertezas sobre a política econômica global e gerar instabilidade nos mercados globais.
Ricardo afirma que uma eleição extremamente disputada no país eleva os índices de incerteza da economia americana, associando a quedas no investimento produtivo.
Esse movimento pode afetar negativamente o Produto Interno Bruto (PIB) doméstico, conforme ocorre contração da atividade externa.
Além disso, os efeitos podem ser sentidos no PIB brasileiro, com uma contração derivada da incerteza global associada a depreciação cambial.
Para Barbosa, caso Trump seja o candidato vencedor, o futuro das relações dependerá de como o ex-presidente conduzir a política do país. O pesquisador afirma que não são esperados movimentos bruscos nas relações entre as duas nações.
“Na verdade, podem até surgir oportunidades para o Brasil de friendshoring [colaboração entre países que compartilham os mesmos valores e interesses], caso Trump prossiga em sua política de confronto comercial com a China e isso molde as cadeias globais de valor”, finaliza Ricardo.