O que pensam banqueiros e ‘figurões’ do mercado sobre as criptomoedas?
O fato de CEO e fundadores de empresas ligadas ao mundo de criptomoedas apoiarem o setor não é surpresa para ninguém.
No entanto, quando o assunto são empresas do mercado tradicional, como bancos e empresas de tecnologia, o cenário – e as opiniões – podem ser diferentes e até mesmo conflitantes.
Confira abaixo o que pensam CEOs e “figurões” de grandes empresas do mercado tradicional sobre o mundo das criptomoedas.
CEO da Apple
Atual CEO da Apple (AAPL; AAPL34), Tim Cook se pronunciou poucas vezes sobre as criptomoedas e o metaverso. Porém, ele aparenta ter mudado de opinião ao longo do tempo em relação aos ativos digitais.
Em 2018, Cook se mostrou contra a produção de moedas que não seja feita pelo Estado e disse não acreditar em dinheiro descentralizado. Porém, no final de 2021, o CEO da Apple afirmou ter algumas criptomoedas.
Ao divulgar os resultados da empresa durante o primeiro trimestre deste ano, ele afirmou que a gigante de tecnologia está investindo no potencial do metaverso.
Segundo o CEO da companhia, existem mais de 14 mil aplicativos na ARKit – plataforma da companhia para o desenvolvimento de aplicativos de realidade aumentada – na App Store. Cook acrescentou que “vemos muito potencial neste espaço, e estamos investindo [nele] adequadamente”.
Na época, após os resultados e comunicado sobre investimentos no metaverso, as ações da empresa saltaram mais de 5%.
Cofundador da Apple
Cofundador da gigante de tecnologia, Steve Wozniak é conhecidamente um defensor da maior criptomoeda em capitalização de mercado – o bitcoin (BTC).
Neste ano, Wozniak afirmou que o mecanismo por trás do bitcoin é o único “com matemática de ouro puro”, e chegou a afirmar anteriormente que a criptomoeda é um “milagre matemático”.
Em outro momento, também enalteceu a “pureza matemática” da criptomoeda e o fato de que ela “não pode ser facilmente modificada, com seres humanos no controle”.
Embora defenda o bitcoin, o cofundador da Apple não tem a mesma opinião sobre os tokens não fungíveis (NFTs) e sobre o mercado de criptomoedas em geral.
“Existem tantas criptomoedas que surgem agora; todo mundo tem um jeito de criar uma nova, e aparece uma celebridade junto dela [da criptomoeda]. Parece que estão somente colecionando um monte de dinheiro de pessoas que querem investir em estágio inicial, quando ainda valem centavos, e então desistem”, disse ele na época.
CEO do JPMorgan
A opinião de Jamie Dimon, CEO do JPMorgan (JPM; JPMC34), sobre as criptomoedas aparenta ser a mais conflitante em relação à da própria empresa.
A sequência de comentários do CEO sobre o mundo cripto data de 2014, quando afirmou, pela primeira vez, que bitcoin era “uma péssima reserva de valor”.
Em outros momentos nos anos seguintes, o CEO do JPMorgan classificou a maior criptomoeda como “fraude” e “ouro dos tolos”.
No mês passado, Dimon afirmou ser um “grande cético dos tokens cripto, como bitcoin”, chamando esses tokens de “esquemas de pirâmide descentralizados”.
Apesar das opiniões e críticas do CEO, JPMorgan aparenta caminhar na direção contrária quando o assunto é o mercado cripto, exaltando o papel da companhia na liderança de inovações ligadas a esse mercado.
Em 2019, o banco lançou sua própria stablecoin – JPM Coin.
Em maio deste ano, JPMorgan defendeu um aumento no preço do bitcoin, dizendo que a cotação justa da criptomoeda era de US$ 38 mil. Além disso, o banco afirmou que as criptomoedas ultrapassaram o investimento em imóveis, tornando-se seus “ativos alternativos” preferidos.
Atualmente, também oferece serviços para negociação de criptomoedas para clientes de alta renda e afirma estar na liderança das inovações em cripto e na adesão da tecnologia blockchain.
Presidente da MicroStrategy
Atual presidente e ex-CEO da MicroStrategy, Michael Saylor é conhecido por ser um maximalista do bitcoin – ou seja, um exaltador do BTC perante outras moedas digitais. Não é raro, inclusive, ver comentários de Saylor no Twitter defendendo a criptomoeda, mesmo nos momentos de queda.
Sob o comando de Saylor, a empresa adquiriu milhares de BTCs, que somaram US$ 3,9 bilhões até o momento. No final de setembro, o presidente aproveitou a queda da criptomoeda para comprar mais 301 BTC – cerca de US$ 6 milhões.
Em uma entrevista à CNN, Saylor disse que “o bitcoin vai durar mais que todos nós. Tenho certeza disso”.
Em outro momento, afirmou que o bitcoin é um “bote salva-vidas neste mar de tempestade”, questionando: “você vai ficar em um navio naufragando ou vai pular no bote salva-vidas e ser lançado em mares tempestuosos?”.
CEO do Bank of America
O CEO do Bank of America, Brian T. Moynihan, aparenta ser o único até o momento que negou o envolvimento da companhia com as criptomoedas.
Moynihan disse, em uma entrevista ao Yahoo, que não sentia que BofA estava perdendo grandes oportunidades por não adentrar o mundo das criptomoedas.
Segundo o CEO, o banco é fortemente regulamentado e isso previne uma iniciativa completa no mercado cripto.
Moynihan, que é CEO do BofA há 12 anos, disse que acredita ser mais proveitoso que o banco continue focando no que já faz – ser um banco e encorajar a liberdade financeira.
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