O que os IPOs da Brisanet, Unifique e Desktop dizem sobre a Oi?
A Oi (OIBR3) bateu o martelo: pretende ser uma empresa 100% focada em fibra óptica, além de fornecer serviços para consumidores e empresas.
Desde que foi aprovada em 2019, a Nova Lei Geral das Telecomunicações vem impulsionando o setor. Além disso, os hábitos digitais cada vez mais frequentes dos brasileiros tornam o segmento uma mina de ouro.
Segundo a Genial, o plano da Oi é bom e faz com que a companhia foque em um serviço de alto valor agregado, que tem mercado em potencial de crescimento e consolidação. O problema é que a empresa não é a única a enxergar as vantagens dessa indústria.
Só no mês passado, três provedores independentes de fibra, Brisanet (BRIT3), Unifique (FIQE3) e Desktop (DESK3), fizeram IPOs (Oferta Pública de Ações).
Além disso, suas concorrentes diretas, Vivo (VIVT3) e Tim (TIMS3), vêm apresentando resultados interessantes em relação ao FTTH (fibra para o lar), com ambas criando suas próprias subsidiárias de fibra, e, tudo isso sem considerar as empresas de capital fechado que têm recebido investimentos de fundos de private equity.
“Com mais dinheiro no bolso, essas companhias estão aptas a expandir de maneira orgânica e inorgânica. E diante desse cenário de maior competitividade que requer capital, a Oi ainda tem de enfrentar o problema das dívidas, que a coloca atrás de suas concorrentes. A tele só estima gerar lucro consistente a partir de três anos”, apontam os analistas Karen Atsuta, Eduardo Nishio e Gabriel Tinem.
Eles afirmam que, por mais que a empresa esteja saindo da recuperação judicial, o índice de endividamento estimado pela própria empresa para 2024 é alto, de 6,6x Dívida Líquida/Ebitda.
Se considerar a participação da Vital (cerca de 40%), esse endividamento também para 2024 cai para 3,5x Dívida Líquida/Ebita em média, “que é relativamente alto quando comparado aos pares”.
“A participação da Oi na Vital é também algo essencial, pois se trata de uma das principais estrelas da companhia, uma vez que a Vital possui uma capilaridade de redes de fibra que muitas competidores demorarão a conquistar”, completam.
Diante desse cenário mais difícil, a Genial cortou o preço-alvo da empresa para R$ 1,41, com recomendação neutra, potencial de alta de 35% ante o último fechamento.