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O que os dados da inflação dizem sobre o Ibovespa e o S&P 500?

22 ago 2022, 17:03 - atualizado em 22 ago 2022, 17:06
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O CPI, divulgado nos EUA, apontou estabilidade nos preços ao consumidor em julho, enquanto o mercado aguardava alta de 0,2% (Imagem: Adobe Stock/Montagem: Giovanna Figueredo)

O mês de agosto foi marcado por índices de preços ao consumidor surpreendendo positivamente o mercado de ações com o IPCA brasileiro deflacionário e o CPI americano abaixo do consenso.

A inflação oficial no Brasil apresentou o menor valor desde janeiro de 1980, quando iniciou a série histórica. O IPCA terminou o último mês com deflação de 0,68%, influenciado, principalmente, pela queda nos preços da gasolina (-15,48%) e do etanol (-11,38%).

“A Petrobras (PETR3;PETR4) no dia 20 de julho anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%)”, comentou o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.

A medida de inflação brasileira acumula alta de 4,77% no ano e de 10,07% nos últimos 12 meses. No mesmo período de 2021, o avanço era de 11,89% na comparação ano a ano.

O CPI, divulgado nos EUA, apontou estabilidade nos preços ao consumidor em julho, enquanto o mercado aguardava alta de 0,2%. O núcleo do CPI, que excluí itens mais voláteis como alimentos e energia, também ficou abaixo do esperado. O resultado foi de +0,3% no mês passado, contra projeção de +0,5%.

“O índice da gasolina caiu 7,7% em julho e compensou os aumentos nos índices de alimentação e moradia, resultando no índice de todos os itens permanecendo inalterado ao longo do mês. O índice de energia caiu 4,6% no mês, à medida que os índices da gasolina e do gás natural diminuíram, mas o índice da eletricidade aumentou. O índice de alimentos continuou a subir, aumentando 1,1 por cento no mês, enquanto o índice de casa subiu 1,3 por cento”, mostrou o documento da BLS (Bureau of Labor Statistics).

O índice de preços ao consumidor norte-americano sobe 8,5% no acumulado dos últimos 12 meses. O núcleo do índice avança 5,9% no mesmo período.

Vetores importantes que estão dirigindo à inflação parecem começar a ceder, sobretudo a redução do nível de preços de relevantes commodities internacionais e a melhora do fluxo global de suprimentos.

Os ativos de risco se beneficiam da queda do grau de inflação, pois interferem diretamente na dinâmica de juros dos Bancos Centrais. Taxa de juros maiores aumentam o custo de oportunidade para exposição à renda variável.

O Ibovespa acumula valorização de 8,08% e o S&P 500 avança 2,38% até o dia 19 de agosto.

O índice de referência do Brasil superou a média móvel de 200 períodos na periodicidade diária, e o dos EUA se aproximou da região. A MM 200 é considerada por muitos grafistas como a linha que separa o bull market (mercado de alta) e o bear market (mercado de baixa). Também foi um sinal positivo a formação de um novo topo na comparação com o anterior.

Além das medidas de inflação, outros indicadores econômicos e os resultados corporativos do 2T22 que superaram, na média, as estimativas ditam um tom mais otimista para as ações.

Por último, é cedo para pressupor a retomada da tendência de alta nos mercados, pois será preciso avaliar a força do próximo movimento de correção e analisar os dados da economia local e americana que sairão pela frente, especialmente os ligados ao emprego, à inflação e à taxa de juros.

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