O que o governo fez para as ações de educação dispararem?
As ações do setor de educação disparavam nesta quarta-feira (8), após o Ministério da Educação formar grupo de trabalho para analisar e propor mudanças no Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).
Por volta das 14h40, Yduqs (YDUQ3) saltava 11,28%, enquanto Cogna (COGN3) avançava 9,41% no Ibovespa.
Fora do índice, os papéis da Ânima (ANIM3) tinha elevação de 14,68%, Ser Educacional (SEER3) subia 5,8% e Cruzeiro do Sul (CSED3) avançava 5,78%.
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Para Leandro Bastos e Renan Prata, analistas do Citi, um novo Fies segue como principal risco de alta para as ações de ensino superior no Brasil no curto prazo.
Em relatório enviado a clientes e obtido pela Reuters, os analistas apontaram que, embora o novo governo já tenha dado diferentes sinalizações sobre a reativação do Fies, a portaria parece ser a primeira medida concreta nesse sentido, o que pode sugerir que mudanças podem ocorrer no curto prazo.
“Dito isso, os novos termos – por exemplo, incluindo ensino à distância, coparticipação, juros -, condições – por exemplo, nota mínima do Enem, teto de renda familiar – e escala seguirão sendo fundamentais para avaliar possíveis implicações.”
Mudanças no Fies
Conforme portaria no Diário Oficial da União, o grupo deverá realizar diagnósticos sobre a situação atual do Fies e apresentar propostas e cronograma para estudos sobre o fundo. O grupo terá um prazo de duração de 180 dias, que poderá ser alterado.
O limite de financiamento e a desburocratização do Fies são alguns dos pontos a serem discutidos. A intenção, segundo o comunicado do Ministério da Educação, é que o programa seja 100% digital a partir da próxima edição. O valor do teto de alguns cursos também será avaliado.
“Essa foi uma determinação do presidente Lula. Há uma inadimplência alta em relação ao Fies hoje. Alguns pontos importantes serão avaliados nessa nova discussão”, destacou o ministro da Educação, Camilo Santana, em comunicado publicado no site da pasta.
Perspectiva para o setor de educação
Os analistas do Citi apontam que, no entanto, a volatilidade no setor de educação deve permanecer até os novos termos e condições serem definidas, portanto, seguem com visão cautelosa para o setor.
“Um programa mais robusto vai precisar de maior arranjo fiscal para realmente impulsionar a ações do setor, o que nos mantém um pouco mais cautelosos”, explicam.
Com Reuters