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O que o Burger King precisa fazer para alcançar o McDonald’s no Brasil

20 ago 2020, 11:40 - atualizado em 20 ago 2020, 11:44
Burger King
Fome de mercado: Burger King cresce rápido, mas precisa melhorar lucratividade (Imagem: Instagram/ Burger King)

A rivalidade entre o Burger King (BKBR3) e o McDonald’s já é uma velha conhecida no ramo de refeições rápidas, mas, desde que a primeira abriu seu capital no Brasil, em dezembro de 2017, deixou de ser apenas um assunto que interessa fãs e executivos. Virou uma questão de dinheiro – e os investidores se perguntam se o Burger King alcançará o McDonald’s no país.

Para o Santander (SANB11), isso não é impossível, desde que a rede controlada pela 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, ataque alguns pontos que a deixam em desvantagem.

Em relatório assinado por Marcel Moraes, o banco afirma que o catalisador para impulsionar as ações do Burger King seria o crescimento esperado em 2021, após o pico da pandemia de coronavírus. “Esperamos que o Burger King continue apresentando o maior crescimento de receita entre as cadeias de restaurantes fast-food da América Latina”, diz o analista.

Mas, não basta apenas aumentar as vendas. É preciso que elas sejam, também, mais rentáveis. O Santander observa que o Burger King ainda não apresenta a mesma lucratividade, nem a mesma produtividade, que a turma do Ronald McDonald’s.

Acelerando

Atualmente, a margem ebitda do Burger King é 4 pontos percentuais inferior ao da rival, representada no Brasil pela Arcos Dorados. O banco espera que essa diferença seja eliminada, gradualmente, com o crescimento mais intenso da empresa, da ordem de 4% a mais, o que tende a diluir as despesas fixas.

O Santander acrescenta que a preferência dos brasileiros pelo Burger King está crescendo, e cita pesquisa do instituto Ipsos que mostra que a rede é a favorita de 33% dos entrevistados, ante 17% em 2018.

O Burger King também acelerou a abertura de quiosques de sobremesa, formato que oferece maior margem de lucro, segundo o banco. A diferença com o McDonald’s, contudo, ainda é grande: a Arcos Dorados administrava 2 mil quiosques no país, no fim de 2019, ante 454 da rival.

Por último, o banco acredita que o Burger King poderia encurtar a distância, passando a oferecer café da manhã, como já faz o McDonald’s.

Esperar para ver

Alvo: McDonald’s é mais produtivo por loja, segundo o Santander (Imagem: Instagram/ McDonald’s)

Embora a Arcos Dorados não informe quanto essa refeição representa em seu faturamento, o Santander lembra que outra rede, a americana Wendy’s, lançou esse serviço no ano passado e espera que ele responda por 10% das vendas no médio prazo.

Embora veja méritos na atuação do Burger King no Brasil, o Santander recomenda a manutenção dos papéis, com preço-alvo de R$ 14 no fim de 2020. A cifra é menor que os R$ 18 pelos quais o papel foi distribuído no IPO, mas representa uma alta potencial de 30% sobre a cotação atual.