Mercados

O que mudou de 2018 para 2019? JPMorgan pondera diferenças e semelhanças

27 maio 2019, 12:30 - atualizado em 27 maio 2019, 19:09

Passados praticamente cinco meses de 2019, aumentam as preocupações dos investidores em torno de como os próximos meses se desenrolarão: cenário mais próximo do último ano ou de maneira distinta?

Em meio ao panorama incerto, o JPMorgan publicou relatório listando três similaridades e três diferenças entre 2019 e 2018, bem como apresentando seu prognóstico para o restante deste ano.

Para Nikolaos Panagirtzoglou, estrategista do banco, existem três similaridades visíveis: um maior risco proveniente da guerra comercial entre China e EUA, valorização do dólar frente às principais moedas e; inversão na parte longa da curva de juros de Treasuries, sinalizando possível erro do Federal Reserve na condução da política monetária.

Em relação ao primeiro ponto, os analistas avaliam que o indicador PMI global da indústria permanece fraco, com medição abaixo dos 50 pontos desde setembro último, com poucos sinais de retomada. “A próxima medição mensal de maio, a ser divulgada no próximo dia 3 de junho, revelará os impactos da recente escalada da guerra comercial”, aponta o banco.

Além da retração no indicador manufatureiro, o JPMorgan destaca as maiores incertezas do mercado e as decorrências negativos em torno de decisões de investimento pelas companhias.

Por sua vez, no tocante à tendência de valorização do dólar frente às principais moedas do mundo – movimento observado desde abril – Panagirtzoglou avalia que a apreciação da divisa norte-americana é guiada pelo QT (Quantitative Tightening) do Fed.

Por fim, em relação à inversão na parte longa da curva de Treasuries, o JPMorgan destaca a menor expectativa de corte de juro nos EUA.

Discrepâncias

Diante das discrepâncias entre 2018 e 2019, o JPMorgan pondera que a diferenciação mais importante é a queda dos yields de Treasuries, ao invés de tendência de alta. Panagirtzoglou lista as três principais diferenças entre 2018 e 2019: yields de títulos recuam ao invés de subirem; fluxo de repatriação das empresas nos EUA está reduzido e; existe menor diferença de crescimento entre os EUA e as outras economias do mundo.

Para explicar a primeira diferença, o estrategista avalia que investidores de varejo pararam de comprar títulos após a correção dos mercados acionários vista em fevereiro do último ano, ajudando na elevação dos yields nos segundo e terceiro trimestres de 2018. Em 2019, investidores de varejo retomaram as compras de Treasuries.

Já em relação à segunda discrepância, o JPMorgan pondera que, em 2018, a recompra de ações pelas empresas e a emissão de títulos corporativos corroboraram para as altas vistas no mercado acionário no ano passado. Nos cinco primeiros meses de 2019, o volume de recompra de ações está 20% inferior ao visto no mesmo período do ano passado.


Por fim, o banco destaca que a economia norte-americana apresenta crescimento superior ao da Zona do Euro, do Japão e de mercados emergentes, com base em estímulos fiscais.

Em conclusão, Panagirtzoglou pondera que as similaridades preponderam as diferenciações, o que leva a riscos de desvalorização nos mercados com maior propensão a risco.

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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
valter.silveira@moneytimes.com.br
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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