O que motivou o aumento do bitcoin e a queda das altcoins? Confira análise semanal
A recuperação do preço do bitcoin (BTC) reaqueceu os mercados de ativos digitais na última semana. A maior e mais antiga criptomoeda terminou a semana com um impressionante aumento de 13%. Já o segundo maior ativo – Ethereum (ETH) – aumentou cerca de 2%, enquanto o terceiro ativo da lista – Cardano (ADA) – apresentou uma queda de 3%.
Porém, a maior parte do mercado de criptomoedas alternativas (ou “altcoins”) ficou para trás com o aumento do bitcoin, e a dominância do BTC em termos de capitalização de mercado também cresceu.
A capitalização de mercado da maior cripto do mundo começou esta semana representando 42,39% do mercado de criptomoedas e já cresceu para 45,12%, à medida que detentores de cripto aumentam sua exposição ao BTC.
Em uma nota aos investidores, analistas do gigante de serviços financeiros JPMorgan apontaram três fatores fundamentais que foram responsáveis pelo aumento do preço do bitcoin, de US$ 40 mil para US$ 55 mil nas últimas semanas.
Os fatores são: reguladores americanos terem garantido que não têm intenção de seguir os passos do governo chinês quanto à proibição do uso e da mineração de criptomoedas; o aumento repentino no uso da Lightning Network, o que, em parte, foi devido à adoção de pagamentos em protocolos de segunda camada pelo governo de El Salvador; e o aumento das preocupações ligadas à inflação global (o que elevou o interesse no BTC como uma forma de barreira contra a inflação).
Os analistas do JPMorgan se aprofundaram no terceiro fator, destacando que o bitcoin está até mesmo desafiando o ouro, no quesito de ser uma proteção contra a inflação.
O preço do bitcoin está correlacionado
ao mercado de ações?
Eles acrescentaram, ainda, que uma tendência anterior de remoção de dinheiro do mercado do metal precioso para o bitcoin está retornando. No último ano, o preço do ouro permaneceu estável em meio à inflação do momento, enquanto o preço do bitcoin cresceu consideravelmente.
O gigante de serviços financeiros disse que essa mudança na preferência de investimentos está sendo feita por investidores institucionais.
Um indício da reascensão de instituições pode ser visto no aumento da atividade de futuros de bitcoin na Bolsa Mercantil de Chicago (CME).
A CME está em terceiro lugar na lista mundial de bolsas que negociam futuros de BTC em posições abertas e chegou a ocupar a segunda colocação temporariamente. Neste momento, posições abertas na CME estão à frente das populares plataformas com foco no varejo, como OKEx e Bybit.
As atividades de negociação na CME estão sendo frequentemente usadas como um indicador para demanda institucional por bitcoin.
A narrativa de um aumento no interesse institucional é reforçada por um crescente prêmio no contrato de futuros da CME.
Isso sugere que as instituições estão comprando contratos de BTC como posições de compra comprometidas, ao invés da popular arbitragem do futuro do índice de ações, a qual tenta lucrar na diferença entre o preço à vista e o preço de futuros do BTC.
A popularidade dessa estratégia mantém o preço de futuros de BTC na CME próximo do preço à vista.
Com o crescimento econômico global sendo refreado pelos “squeezes” de fornecimento, aumento dos custos de energia e da inflação, grandes investidores estão em busca de proteções macro para suas posições.
A função do bitcoin como barreira contra a inflação está ganhando força e está prevista para ter um quarto trimestre marcante.
O que vem por aí esta semana?
11 de outubro: Biconomy irá listar token do Solana
Hoje (11), a corretora canadense Biconomy irá adicionar o suporte para o token nativo do blockchain Solana (SOL). Solana teve um crescimento impressionante no último ano e se tornou o sétimo maior ativo cripto.
O blockchain ainda representa uma ameaça à liderança da Ethereum enquanto plataforma de primeira camada no mercado, e está expandindo seu ecossistema para mercados secundários, como Biconomy. No ano passado, o preço do SOL cresceu 5.500%.
13 e 14 de outubro: World Blockchain Summit, em Dubai
Um dos maiores eventos cripto presenciais deste ano acontecerá em Dubai, com a participação de diversas personalidades do setor. A lista de palestrantes deste ano inclui Samson Mow, da Blockstream, Henri Arsalanian, da PWC, e Alex Höptner, da Bitmex.
Os tópicos previstos para serem discutidos na conferência são o roteiro de desenvolvimento do ecossistema bitcoin para adesão em massa, moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) e o mercado de tokens não fungíveis (NFTs).
Top 10 criptoativos da semana
A última semana foi diferente para os dez maiores criptoativos indicados pela Brave New Coin, na imagem acima. Enquanto a maioria das altcoins teve dificuldade de acompanhar o ritmo do BTC, outras, como a Ripple (XRP), conseguiram alcançar o bitcoin.
O token XRP cresceu 9% na semana passada, após grandes decisões da equipe jurídica da plataforma durante a batalha de dez meses da XRP com a Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio (SEC) dos Estados Unidos.
A Ripple enviou uma carta ao juiz alegando negligência por parte da SEC e usou uma citação feita pelo ex-diretor do Departamento de Finanças Corporativas da SEC, Bill Hinman, como evidência de declarações contraditórias feitas pela reguladora.
Gráfico do preço do bitcoin
O excelente início do bitcoin no quarto trimestre de 2021 continuou após a criptomoeda atingir a marca de US$ 50 mil. Dados da empresa de análise de blockchain Glassnode indicam que grandes transferências de bitcoin (maiores que US$ 10 milhões) atingiram um recorde histórico no último mês.
Isso é um indício de que as instituições estão liderando o recente aumento no preço do BTC, e não os pequenos negociadores do varejo.