O que leva o petróleo a atingir a máxima de 2 meses?
O petróleo ensaia romper o movimento lateral dos últimos meses, com uma forte ritmo nesta terça-feira (11).
Por volta das 15h, o WTI (referência americana) e Brent (referência internacional) operam em alta de, respectivamente, 2,40% e 2,14%. Com isso, os contratos futuros para ambas as referências voltam a ser negociadas em máximas não vistas desde o início de maio.
No cabo-de-guerra entre oferta e demanda, a primeira parece ter voltado a dar as cartas no mercado internacional. Espera-se que os cortes anunciados pela Rússia — de 500 mil barris por dia — e pela Arábia Saudita — de 1 milhão de barris por dia a partir de agosto — apertem as condições de fornecimento da commodity daqui em diante.
Paralelamente, o governo dos Estados Unidos anunciou o amplamente aguardado plano de reabastecimento da reserva de petróleo estratégica (a SPR, na sigla em inglês), cujo volume é de 6 milhões de barris. As compras ocorreriam entre outubro e novembro.
- Inflação cai pela 1ª vez desde outubro, e vai puxar a Selic junto: Veja a melhor forma de investir para ganhar dinheiro neste cenário no Giro do Mercado de hoje (11), é só clicar aqui. Aproveite para se inscrever no nosso canal aqui e fique ligado nas próximas lives, de segunda a sexta-feira, às 12h.
Dados de inflação nas principais economias jogam contra
Apesar do fôlego no mercado da commodity energética, dados de inflação na China e de salários no Reino Unido, os dois divulgados ontem, e dos Estados Unidos, a serem divulgados amanhã, podem ancorar o movimento de alta.
O CPI chinês acendeu o alerta amarelo para a segunda maior economia do mundo, colocando em xeque os esforços fiscais e monetários do governo para estimular o consumo doméstico — um profecia não realizada após a reabertura econômica.
A leitura cheia da inflação permaneceu estável no acumulado dos 12 meses (0,0%), enquanto o núcleo da inflação acelerou ‘apenas’ 0,4% na mesma comparação.
Enquanto principal compradora de petróleo do mundo, uma crise de deflação na China seria catastrófica para as já convalidas projeções de demanda por combustíveis.
Já nos Estados Unidos, o problema inflacionário é de outra natureza. O dado americano, que será divulgado às 10h, deve indicar a insistência do componente de serviços na inflação, fato que deve autorizar o Federal Reserve a resumir o aperto monetário já na próxima reunião.
Pressões inflacionárias continuam altas também do lado europeu. Em outro dado divulgado ontem, o ganho salarial médio do Reino Unido cresceu em sua taxa mais rápida nos meses entre fevereiro e maio meses até maio, subindo 7,3% com relação ao mesmo período de 2022.
Também nesse caso, o dado contribui para a narrativa hawkish do Banco Central, estressando a economia.