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O que fazer para reduzir as emissões de gases pela agropecuária do Brasil?

17 abr 2021, 9:00 - atualizado em 17 abr 2021, 10:35
Agronegócio
Quais os sistemas que integram lavoura, pecuária e floresta na mesma área são mais eficientes e promovem o sequestro de carbono, contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa? (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Você sabia que os animais ruminantes podem ter a produção de gases de efeito estufa manejada, com a finalidade de reduzi-la por meio de fatores relacionados principalmente à alimentação?

Que as condições de umidade do solo típicas da Caatinga limitam a decomposição dos dejetos de caprinos e a produção desses gases?

E quais os sistemas que integram lavoura, pecuária e floresta na mesma área são mais eficientes na ciclagem de nutrientes, melhoram a qualidade do solo, aumentam a sua biodiversidade e promovem o sequestro de carbono, contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa?

Esses são alguns resultados de pesquisas da Embrapa que constam na Coletânea de Fatores de Emissão e Remoção de Gases de Efeito Estufa da Agropecuária Brasileira, lançada em abril pelo Ministério da Agricultura, durante uma live.

A coletânea tem dois volumes, um que trata das emissões e remoções de gases pela pecuária e outro que aborda esse balanço pela agricultura brasileira.

A pesquisadora Fernanda Sampaio foi uma das mentoras da coletânea e disse que as duas publicações são uma estratégia de aproximar os resultados às políticas públicas.

A ministra da Agricultura busca modernizar práticas produtivas, aperfeiçoar os sistemas de manejo e promover ganhos crescentes de produtividade (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

“Os dois documentos trazem contribuições de mais de 400 pesquisadores envolvendo as principais cadeias produtivas da agropecuária brasileira e mostram o quanto a ciência do país tem se dedicado a desenvolver tecnologias sustentáveis que aumentam a produtividade e trazem resiliência também ao sistema de produção, além de mitigar a emissão de gases de efeito estufa”, afirmou Fernanda.

Só da Embrapa, a lista de autores e coautores reúne mais de 130 nomes de 28 centros de pesquisas espalhados pelo país.

Durante o lançamento, a ministra Tereza Cristina destacou os efeitos internos e externos da coletânea, que disponibiliza uma base de dados que será fundamental para que a agropecuária nacional encare os desafios das próximas décadas.

Internamente, o material pode subsidiar políticas públicas de enfrentamento à mudança do clima mais alinhadas às características dos sistemas produtivos brasileiros.

“A partir desses dados, será possível modernizar práticas produtivas, aperfeiçoar os sistemas de manejo e promover ganhos crescentes de produtividade. Tudo isso se traduz em maior eficiência para o produtor, que é o nosso foco”, afirmou a ministra. Segundo ela, mais eficiência se traduz em renda e em sustentabilidade.

No cenário externo, as coletâneas vão ajudar o Brasil a mostrar, de forma inequívoca, a sustentabilidade do setor agropecuário brasileiro.

“A partir do aprimoramento das metodologias de quantificação de emissões de gases de efeito estufa do nosso setor, ganharemos força em negociações climáticas para comprovar o cumprimento de nossos compromissos climáticos internacionais, incluindo no âmbito do Acordo de Paris”, disse Tereza Cristina.

Fernando Camargo, secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério, e também presidente do Conselho de Administração da Embrapa, destacou a importância de a coletânea apresentar não apenas as emissões da agropecuária brasileira, mas também as remoções de gases de efeito estufa que os sistemas produtivos promovem.

Com informações da Embrapa