O que fazer para reduzir as emissões de gases pela agropecuária do Brasil?
Você sabia que os animais ruminantes podem ter a produção de gases de efeito estufa manejada, com a finalidade de reduzi-la por meio de fatores relacionados principalmente à alimentação?
Que as condições de umidade do solo típicas da Caatinga limitam a decomposição dos dejetos de caprinos e a produção desses gases?
E quais os sistemas que integram lavoura, pecuária e floresta na mesma área são mais eficientes na ciclagem de nutrientes, melhoram a qualidade do solo, aumentam a sua biodiversidade e promovem o sequestro de carbono, contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa?
Esses são alguns resultados de pesquisas da Embrapa que constam na Coletânea de Fatores de Emissão e Remoção de Gases de Efeito Estufa da Agropecuária Brasileira, lançada em abril pelo Ministério da Agricultura, durante uma live.
A coletânea tem dois volumes, um que trata das emissões e remoções de gases pela pecuária e outro que aborda esse balanço pela agricultura brasileira.
A pesquisadora Fernanda Sampaio foi uma das mentoras da coletânea e disse que as duas publicações são uma estratégia de aproximar os resultados às políticas públicas.
“Os dois documentos trazem contribuições de mais de 400 pesquisadores envolvendo as principais cadeias produtivas da agropecuária brasileira e mostram o quanto a ciência do país tem se dedicado a desenvolver tecnologias sustentáveis que aumentam a produtividade e trazem resiliência também ao sistema de produção, além de mitigar a emissão de gases de efeito estufa”, afirmou Fernanda.
Só da Embrapa, a lista de autores e coautores reúne mais de 130 nomes de 28 centros de pesquisas espalhados pelo país.
Durante o lançamento, a ministra Tereza Cristina destacou os efeitos internos e externos da coletânea, que disponibiliza uma base de dados que será fundamental para que a agropecuária nacional encare os desafios das próximas décadas.
Internamente, o material pode subsidiar políticas públicas de enfrentamento à mudança do clima mais alinhadas às características dos sistemas produtivos brasileiros.
“A partir desses dados, será possível modernizar práticas produtivas, aperfeiçoar os sistemas de manejo e promover ganhos crescentes de produtividade. Tudo isso se traduz em maior eficiência para o produtor, que é o nosso foco”, afirmou a ministra. Segundo ela, mais eficiência se traduz em renda e em sustentabilidade.
No cenário externo, as coletâneas vão ajudar o Brasil a mostrar, de forma inequívoca, a sustentabilidade do setor agropecuário brasileiro.
“A partir do aprimoramento das metodologias de quantificação de emissões de gases de efeito estufa do nosso setor, ganharemos força em negociações climáticas para comprovar o cumprimento de nossos compromissos climáticos internacionais, incluindo no âmbito do Acordo de Paris”, disse Tereza Cristina.
Fernando Camargo, secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério, e também presidente do Conselho de Administração da Embrapa, destacou a importância de a coletânea apresentar não apenas as emissões da agropecuária brasileira, mas também as remoções de gases de efeito estufa que os sistemas produtivos promovem.
Com informações da Embrapa