O que fazer em meio ao pânico do mercado?
O mercado financeiro irá viver na quinta-feira uma reação clássica do mercado conhecida como “efeito manada”. Não é para menos, convenhamos. Na quarta-feira, o jornal O Globo revelou que o presidente foi gravado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do JBS, pedindo para que fosse comprado o silêncio de Eduardo Cunha. Isso tudo enquanto o ex-presidente da Câmara dos Deputados já estava preso. Um pedido de impeachment já foi protocolado e as ações brasileiras negociadas em Nova York derreteram em reação ao fato.
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“A Bolsa brasileira tende a abrir em queda aguda, inclusive com potencial de acionar o sistema de proteção, chamado de “circuit breaker“, que impede que o mercado desintegre, interrompendo as negociações visando proteger o sistema. O dólar pode apresentar comportamento de supervalorização e o mercado de juros futuros mostrar alto nível de stress”, explica Adeodato Volpi Netto, estrategista-chefe da Eleven Financial Research.
A consultoria preparou um guia de sobrevivência para os investidores:
1 – A tendência natural é de reagir acompanhando o espasmo e o pânico instaurado. Abrimos este texto afirmando “Michel Temer não tem saída. O Brasil tem!“. A situação demanda serenidade e frieza. Temos sucessivamente ressaltado que o fundamento sobrepõe o fluxo, quanto mais seguimos a linha do tempo.
2 – Cada investidor deve reconhecer a sua necessidade de liquidez e a sua condição de aguardar a estabilização do quadro. Não há materialidade de comprometimento sistêmico do mercado brasileiro, ou seja, a forte queda que deverá ser observada amanhã não apaga o renascimento da economia que vem sendo registrado e está formalizado nos balanços do primeiro trimestre e nos dados de atividade. O longo prazo não acaba amanhã!
3 – A opção de “liquidar” suas posições imediatamente só deve ser adotada por aqueles que NÃO possam absorver as perdas e que não têm condições de aguardar a re-estabilização do ambiente e por consequência, dos preços de todos os ativos.
Para aqueles investidores com disponibilidade de recursos e tempo, o pânico e a iminente queda aguda pode abrir oportunidade tão sem precedentes quanto o desmantelamento do esquema.
4 – É fundamental compreender qual o caminho que teremos que andar rumo à nova realidade. Quando bradamos em defesa da justiça e contra a corrupção, pedimos por isso. A verdadeira TRANSFORMAÇÃO implica em obrigatoriamente destruir um modelo apodrecido e que nunca escolheu partido, mas que corrompeu por completo as entranhas e a maioria massiva das relações público e privadas.